Assustador 2014!
O ano de 2014 foi aquele em que o Brasil se deu conta de que Pelé pode morrer.
E de que a magia de seu futebol, de fato, morreu.
Soterrada por sete piedosos gols alemães que, caso fossem cruéis, teriam feito, no mínimo, 10.
Inferno de Dante, de David Luiz, Júlio César, Felipão&Parreira, Marin$Nero.
Salvou-se Neymar, alijado da semifinal por uma imprudente entrada colombiana.
Thiago Silva também não jogou no Mineirão, suspenso por uma infantilidade, mas, incapaz de controlar os nervos, não se livrou de ficar marcado.
A culpa, de verdade, é quase toda estrutural, mas ninguém está nem aí para isso e a saída foi a reentrada de Dunga.
O mundo adorou a Copa brasileira porque não é problema dele se foram construídos elefantes brancos em Manaus, Brasília, Cuiabá e Natal.
Nem se bem mais da metade do prometido não foi entregue.
Ou se os feriados, para não haver congestionamentos, custaram, em desindustrialização, segundo cálculos oficiais, quase o que custaram as obras para a Copa, alguma coisa perto dos 30 bilhões de reais.
Sim, a Copa foi uma festa, principalmente para os alemães.
Espanhóis e brasileiros gostariam de poder esquecê-la.
Mas se o Brasil ainda chora o dilacerante 2 a 1 uruguaio no Maracanã, o acachapante 7 a 1 alemão no Mineirão virou motivo de piada.
O que pode ser positivo, sinal de maturidade, de capacidade de rir de si mesmo, embora a falta de educação dos endinheirados na abertura do torneio, ao xingar a mais alta autoridade do país, tenha revelado uma face intolerante assustadora.
Em bom português, melhor teria sido se a Copa do Mundo de 2014 tivesse acontecido longe do Brasil.
Lembremos: o primeiro gol brasileiro na Copa foi contra, o de Marcelo, para a Croácia;
e, o último, de Oscar, o de honra(?!!!!), do 7 a 1.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/