Como o mundo está vendo a nossa Copa
Neste ano fui procurado, que me lembre bem, por cerca de 30 veículos estrangeiros para falar da nossa Copa.
Na verdade, além de meu trabalho, que não é pouco, quase não tenho feito outra coisa a não ser receber os colegas do exterior.
As entrevistas têm sido francas, é claro, até porque os jornalistas que para cá vêm, veem as coisas como as coisas estão e soa ridículo quem, como o pessoal do COL e o ministro do Esporte, tenta tapar o sol com a peneira.
Os jornais e revistas americanos The New York Times, The New Yorker, Time, Sports Illustrated, ESPM Magazine; as alemãs DPA e Der Spiegel; o ingleses BBC, The Economist e Guardian; os franceses, TVF1, Canal+, L'Équipe, Le Monde e Télérama; a TV estatal chinesa CCTV; o jornal japonês Ashai Shimbun; os italianos L'Expresso e Repubblica; o português Público; o equatoriano El Telegrafo; a rádio argentina Mitre; os jornais espanhóis Ás e Marca; a HBO latina e americana; a revista austríaca Ballesterer; os árabes da Aljazeera, além dos alemães da Fundação Rosa de Luxemburgo, fora alguns cujos cartōes esqueci de pegar, estiveram comigo nos últimos meses, assim como a TeleSur, da Venezuela.
Já os jornais Expressen, da Suécia e o Globe and Mail, do Canadá, virão na semana que vem.
Para que você tenha uma ideia, até para os padres dominicanos estive falando sobre os megaeventos no Brasil nesta manhã de sexta-feira, por convite de frei Betto.
Atenciosos, em regra os jornalistas estrangeiros enviam o que produziram.
E é simplesmente devastador.
Há unanimidade em torno dos atrasos, dos exageros e da pouca transparência.
Há a certeza de que o Brasil quis dar um passo maior que suas pernas de Itaquera a Manaus, passando por Cuiabá e adjacências.
Ninguém refresca o lado da Fifa, por entender que esta deveria saber o que estava fazendo ao escolher, em sequência, e não por acaso, África do Sul, Brasil, Rússia e Qatar para sediar suas Copas do Mundo.
Todos países de pouco controle social, democracias recentes nos três primeiros casos, tradição de corrupção e,no caso qatari, dinheiro a rodo.
Mas nem por isso a imagem do Brasil é poupada.
Se está assim hoje, imagina na, e depois, da Copa.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/