As frases de Rosenberg
Luis Paulo Rosenberg, vice-presidente do Corinthians, está de novo às voltas com suas declarações descontextualizadas e levadas ao pé da letra.
Tempos atrás ele disse que o time do Corinthians, embora medíocre, tinha chegado ao topo.
Medíocre, como se sabe, ou se deveria saber, é sinônimo de médio, mas é, invariavelmente, lido com sentido pejorativo.
Assim a frase foi entendida num debate em circuito fechado em que ele só fez enaltecer o clube.
Agora, ele disse, em tradução livre, à revista "New Yorker", que "dirigir o Corinthians deve ser comparado a comandar uma casa de prostituição. O que mais você pode pedir a Deus?"
Típico do humor judeu que o caracteriza.
Em tempo: Rosenberg é ateu, não pede nada a Deus…
Levada sem o sarcasmo que a define, a frase deveria causar, antes de no Corinthians, uma enorme crise familiar.
Mas a família, que o conhece, como quem se relaciona com ele há dezenas de anos, achou graça, simplesmente.
Igual ao repórter que a reproduziu literalmente.
Se o jornalista tivesse acrescentado, um "brinca o dirigente", nada aconteceria.
Rosenberg poderia ser mais cuidadoso com o que diz por saber o território que habita, embora nestas alturas da sua vida isso pareça impensável.
Fazer crise em torno da entrevista, no entanto, é buscar chifre em cabeça de cavalo.
Além de impedir que se veja o essencial: o Corinthians tratado como fenômeno na bíblia do bom jornalismo dos Estados Unidos.
Durma-se.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/