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Blog do Juca Kfouri

Baka não é bacana

Juca Kfouri

06/11/2013 19h07

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Ricardo Trade, o Baka, de Bacalhau, é o número 2 do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo no Brasil.

O número 1, como se sabe, é o sucessor de Ricardo Teixeira, José Maria Marin que, na verdade, não faz a menor ideia do que se passa no COL, é café com leite, como se diz, embora o açúcar seja melhor que cristal.

Baka, portanto, manda e desmanda, mais desmanda que manda, e adora usar a palavra bacana.

Parece que a aprendeu ontem ou anteontem e basta ler e ouvir suas entrevistas recentes para constatar quantas vezes ele acha bacana dizer que cumpre rigorosamente o orçamento do COL combinado com a Fifa, embora o tenha esgotado. (Confira nas páginas do Sportv e do jornal "O Estado de S.Paulo, AQUI e AQUI).

Diz também que é bacana ver as 12 cidades sedes cumprirem os contratos feitos em 2007, embora não se refira nunca aos aditivos que foram sendo feitos e obrigaram as cidades a assumir responsabilidades que eram do COL como, por exemplo, as estruturas provisórias, hoje motivos de ações dos Ministérios Públicos pelo país afora que discordam que os municípios assumam o que não deveria lhes caber.

Também os cabos de fibra ótica, que o governo tem por obrigação instalar até a porta dos estádios, deveriam ser levados para dentro pelo COL, mas os aditivos transferiram a missão para as cidades porque o organismo não tem mais dinheiro para tanto.

Baka omite, certamente por não achar bacana, que a Fifa tomou do COL, depois do fiasco na área durante a Copa das Confederações, o projeto de serviços para a mídia, transferindo-o para a Fifa/Match TI.

Mas Baka também tem seu lado bacana.

Conseguiu transformar Joana Havelange num vaso dentro do COL (vaso muito bem regado, é verdade), assim como o diretor de compras, o cunhado de Ricardo Teixeira, Leonardo Wigand Rodrigues, e tomou para si as atribuições dele.

Não consegue, porém, livrar-se, como gostaria, do chefe de segurança do COL, Hilário Medeiros, ex-guarda-costas do ex-presidente Lula, também herança de Ricardo Teixeira.

Enfim, neste momento em que o mundo está perplexo com o cancelamento do Soccerex, a maior feira de negócios do mundo do futebol por, também, segundo seus organizadores dizem ter ouvido do governo carioca, falta de segurança no Rio de Janeiro, uma coisa é certa: Baka não acha este blog bacana.

Porque não engole suas patranhas.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/