O Maraca é nosso, não é da Suderj
Maracanã para todos sim, Maracanã para poucos não.
O estádio virou palco de enorme confusão, graças à tibieza de um governador que, nestas alturas do campeonato, é um morto-vivo em seu palácio sitiado.
Sérgio Cabral não quis fazer uma PPP para reformar o Maracanã como fizeram, por exemplo, os governadores da Bahia e de Pernambuco.
Enfiou nele 1 bilhão e 200 milhões de reais de dinheiro público para, quando as obras estavam praticamente concluídas, fazer uma licitação apressada e entregá-lo, em regime de concessão, a um consórcio de empresas.
Acovardado diante do ronco das ruas, voltou atrás onde devia e onde não devia.
Resultado: causou tamanha confusão que, agora, há quem queira ver o Mário Filho entregue, novamente, ao cabide de empregos da Suderj, fartamente responsável pela deteriorização do velho Maraca e pela verdadeira privatização dele a interesses escusos durante décadas.
Seria cômico se não fosse trágico que tudo redunde na volta da Suderj, exatamente sob o comando do governador que não mais governa, apenas recua para tentar salvar os dedos já condenados.
A Suderj não é solução, é problema.
Quem quer de fato ver o Maracanã devolvido ao torcedor deve lutar por um compromisso que o faça ser ouvido por quem possa tocá-lo de maneira democrática e contemporânea, que não é sinônimo de sua estatização, porque o Estado tem demandas mais sérias a atender.
O Maraca é nosso, não é de nenhum governo ou de seus apaniguados.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/