Ouro para o doping
O doping tem se revelado invencível.
Parece sempre ser uma questão de tempo.
Mais cedo ou mais tarde, as máscaras caem.
A burla ganha sempre das barreiras.
Precisa repetir os nomes dos heróis e heroínas já pegos?
Melhor não, né?
Até para não lembrar os de certos brasileiros que tiveram suas vidas acomodadas de maneira suspeita depois de serem flagrados.
Não são poucos os médicos que garantem não existir nem um único atleta de alto rendimento que seja virgem no uso de substâncias consideradas proibidas pela atual legislação.
Que, diga-se, é cientificamente absurda, segundo gente verdadeiramente séria nesta área, e hipocritamente falha, porque imposta por uma cartolagem, médica, inclusive, que vive se drogando das mais diferentes maneiras e que exige dos atletas um comportamento ético que jamais teve, seja nos usos e costumes, seja no mundo dos negócios.
Soluções?
Talvez a melhor seja a liberação, já que ninguém mais que tenha um neurônio funcionando bem acredita que esporte de competição faça bem à saúde.
Como o que vale é ser o primeiro para faturar muito dinheiro, que cada um faça como quiser, por mais chocante que seja — e é.
Pior: que além do mais, alije aqueles atletas literalmente excepcionais que queiram competir limpamente, isto é, sem aditivos.
Ah, mas o Usain Bolt…
OK, tudo bem!
Mas, até quando?
Você põe sua mão no fogo por ele?
E punha pelo Lance Armstrong?
E pelo Asafa Powel?
E pelo…?
Sim, uma pena, mas parece não ter jeito.
Lembra o combate às drogas, outra guerra perdida, desde sempre.
Não será melhor descriminalizar?
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/