Topo

Blog do Juca Kfouri

Copa, Recopa, Trecopa: tem taça, tem Timão!

Juca Kfouri

17/07/2013 22h55

Só o Corinthians jogou durante todo o primeiro tempo no Pacaembu tomado pela Fiel.

O São Paulo fez faltas em cima de faltas para tentar segurar o rival.

E era o São Paulo quem precisava vencer para evitar que o Corinthians ganhasse mais uma taça.

Conseguiu até certo ponto e antes de Romarinho abrir o placar, num bate-rebate na área tricolor aos 35 minutos, apenas uma vez, segundos antes, o alvinegro criara uma evidente chance de gol, numa bola em que Gil mandou raspando a trave de Rogério Ceni.

O São Paulo era uma pálida imagem do time que já foi até bicampeão da tal Recopa Sul-Americana.

O Corinthians, não. Com as voltas de Danilo e Emerson, o time jogava com a vontade e a pressão de 2012, sem correr riscos e desprezando a vantagem do empate.

Paulo Autuori, corretamente, voltou com Aloísio no lugar de Wellington.

Mas quem voltou com uma volúpia como se estivesse perdendo foi o Corinthians.

A primeira decisão internacional entre os dois rivais estaduais, estava fadada a repetir a primeira decisão nacional entre eles, em 1990, quando um gol de Tupãzinho deu o título brasileiro ao Timão

Pato estava no banco e Ganso em campo, mas o resultado prático era o mesmo.

Aos 10, Fábio Santos perdeu a chance de matar a decisão, na cara de Rogério Ceni.

O Corinthians tomava a bola do São Paulo como se toma doce de criança.

E o apitador deixava de dar uma falta clara em Romarinho na entrada da área.

Ali pelos 18 minutos, o São Paulo ameaçou, enfim, querer jogar.

E aos 21, Cássio evitou o empate em oportunidade imperdível nos pés de Aloísio.

Juan saiu e Maicon entrou.

Não adiantou nada porque, aos 23, Rogério salvou o gol de Danilo de cabeça, mas não teve como evitar que o corintiano ampliasse no rebote, estufando a rede: 2 a 0 no jogo, 4 a 1 no placar agregado, Cássio redimido da falha do primeiro jogo e Fábio Santos, de certa forma, também, pois foi dele o cruzamento para Danilo depois de boa jogada de Guerrero, que já havia participado do gol de Romarinho.

Aí, é claro, virou festa, com o Corinthians tocando bola e a torcida querendo dar olé.

Tite ganhou mais uma taça e Autuori, depois de São Januário, sofrerá no Morumbi.

De máscara negra, Renato Augusto entrou no lugar de Romarinho, que jogou muito.

Guerrero também saiu para ser justamente aplaudido e Pato entrou, alegremente.

Ibson entrou no lugar do Sheik, perante mais de 38 mil torcedores e de Paulinho, de camisa azul corintiana, dentro do campo, festejando com a Fiel.

O Corinthians terá de renovar o passaporte porque já não tem mais lugar para carimbar "É campeão!".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/