A Copa nas mãos de amadores
POR JOSÉ CRUZ
As imagens da obra do estádio Mané Garrincha, em Brasília, demostram que apenas mais um mês é insuficiente para concluir o gigante de 72 mil lugares nos "padrões Fifa".
Essa nova derrapagem do governador Agnelo Queiroz escancara a fragilidade da equipe que ele montou, com perfil amador, para enfrentar um evento do tamanho da Copa do Mundo.
Ao atrasar o compromisso em cinco meses e adiar a entrega do estádio pela segunda vez, Agnelo coloca a culpa na instabilidade do clima, como se essa ingenuidade convencesse os exigentes senhores da Fifa
Talvez por esse tropeço, o governador se escondeu de deputados e senadores, que nesta terça-feira visitaram a obra do estádio.
Como explicar às excelências tal irresponsabilidade? O melhor foi ficar atrás da porta. Agnelo é capaz disso.
Assim como não consegue explicar sobre a recente morte de oito bebês em maternidades públicas, contaminadas por bactérias que cresceram na imundice hospitalar.
Falta dinheiro para a obra do Mané Garrincha, está claro. Há pouco, Agnelo tirou R$ 100 milhões do orçamento do Distrito Federal para enfrentar gastos do elefante que constroi.
O estádio mais caro do país, R$ 1,2 bilhão, desperta suspeitas de corrupção enorme, tese que o Tribunal de Contas do DF já investiga.
O valor de R$ 1,2 bi, da Controladoria Geral da União (CGU), é contestado pelo gerente da Copa em Brasília,Cláudio Monteiro. Mas o que é a opinião dele ou mesmo do governador, desacreditados, diante da constatações oficiais?
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