Barcelona mostra qual é a real
Por RAFAEL BELATTINI
Com compromissos, Juca Kfouri pediu um retorno especial meu ao blog.
Missão prontamente aceita já que não era sacrifício algum acompanhar Real Madrid e Barcelona, jogo que não perderia por nada.
Se o titular do blog fez a acertada escolha de acompanhar o balé das netas, coube a mim comentar sobre o balé espanhol no Santiago Bernabéu.
O espetáculo começou com um tropeço enorme de um dos artistas.
Victor Valdés saiu tocando errado e deu nos pés de Di Maria. Com a defesa azul-grená desarrumada, o argentino tentou, Özil tentou de novo e Benzema desviou para abrir o placar com apenas 21 segundos de bola rolando.
E os donos da casa pressionaram. Muito diferente do que apresentara nos outros seis clássicos do ano, o time de Mourinho queria o jogo e conseguia até ter mais posse de bola que o rival.
Quem dera para os merengues que a peça terminasse no prólogo, por que na segunda metade do primeiro ato a história já ficou equilibrada.
Aos 24 minutos o apagado Cristiano Ronaldo perdeu uma ótima chance de ampliar a partida.
Já Messi voltou para buscar jogo e, aos 29, deu passe precioso para Alexis Sánchez bater na saída de Casillas e deixar tudo igual.
O primeiro tempo terminou com a igualdade no placar, o jogo equilibrado, mas com o Barcelona já tendo 57% da posse de bola.
Restavam 45 minutos do segundo ato de um espetáculo de muita qualidade.
E o que fazer quando o Barcelona passa a contar até mesmo com a sorte?
Por que não tem outra forma de explicar o gol da virada do time catalão, aos sete minutos. Xavi bateu de fora da área, a bola desviou em Marcelo indo para o contrapé de Casillas e ainda tocou na trave antes de entrar. 2 a 1.
Mourinho colocou Kaká no lugar de Özil e depois tirou Diarra para por Khedira.
Cristiano Ronaldo, que só apareceu no gol perdido e em duas faltas cobradas no começo da segunda etapa, perdeu mais uma chance ao cabecear livre aos 19 e mandar para fora.
Mais uma vez o castigo não demorou a vir. Um minuto depois, Daniel Alves cruzou e Fábregas se jogou para, de cabeça, fazer 3 a 1.
Di Maria deixou o campo para entrar Higuaín, quando o Real tentava demonstrar que tinha forças, apesar do rosto de Casillas após o terceiro gol ter deixado claro o contrário.
O Barcelona, que mostrava poder até ampliar a vitória, passava a poupar jogadores pensando na viagem que faria logo em seguida, para a disputa do Mundial no Japão, e Fábregas deixou o campo para a entrada de Keita e Villa, que poderia ser titular de qualquer equipe, substituiu Alexis Sánchez.
Valdés se redimiu da falha no primeiro gol salvando a boa chance de Kaká aos 40 minutos.
Mais uma vez Messi e cia mostram qual é a realidade para o Real Madrid.
Dos últimos 39 gols do clássico, 29 foram do time catalão. Precisa dizer mais?
Na próxima semana outro time vestido todo de branco deve tentar parar esta máquina de jogar futebol que traja azul e grená.
E se Muricy provavelmente assistiu ao jogo de hoje para pensar como segurar o Barcelona, recomendo Mourinho assistir a provável final do Mundial para tentar pegar algumas dicas.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/