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Blog do Juca Kfouri

Seleção venceu e convenceu

Juca Kfouri

28/09/2011 23h48

AP

O mais bonito do primeiro tempo em Belém aconteceu antes do primeiro tempo em Belém: a torcida cantando à capela o hino brasileiro.

De arrepiar.

O mais feio do jogo em Belém foi o areião do Mangueirão, porque aquilo não é gramado nem aqui nem no deserto do Saara.

Uma vergonha digna da CBF que nem sequer olha para esses "detalhes", preocupada apenas em seus acertos políticos.

Mas a Seleção foi bem melhor que no jogo em Córdoba, Lucas foi o destaque dos primeiros 45 minutos e houve apenas uma chance clara de gol, quando Borges, também bem, deu para Neymar embaixo da trave e a bola passou pelo camisa 11.

Aliás, a decepção no primeiro tempo ficou por conta de Ronaldinho Gaúcho, ainda mais com Diego Souza no banco.

O segundo tempo começou sob o som de uma ola, o que é mau sinal, porque, normalmente, ola na arquibancada é reflexo de futebol monótono no campo.

Mas, desta vez, não foi.

Porque em erro duplo de Dedé, a Argentina atacou e obrigou Jefferson a fazer sua primeira defesa no jogo, mandando a escanteio um chute de Fernández.

E porque, em seguida, uma saída de bola perfeita de Cortês para Borges,deste para Danilo e de Danilo para Lucas, redundou numa arrancada do são-paulinho até quase dentro do gol, abrindo o placar, aos 8.

Aos 14, Bollatti entrou em campo para se juntar a Guiñazu e Montillo que já estavam em campo desde o início do jogo.

Aos 24, Lucas, cansado de correr tanto num gramado(?) tão pesado, deu lugar, ovacionado, a Diego Souza, enquanto Neymar já dava seu show particular, distribuindo dribles para todos os gostos.

Quatro minutos depois, Borges, com câimbras por jogar num gramado (?) tão desgramado, saiu, aplaudido, para entrar Fred.

E aos 30, Cortês, que errou no jogo todo só uma vez, puxou o ataque com Diego Souza que deu açucarado para Neymar ampliar: 2 a 0.

Então, perdidos por dois, perdidos por dez, os argentinos foram à frente e Jefferson apareceu como aquilo que é hoje em dia, o melhor goleiro brasileiro.

Cortês também teve câimbras, e você já sabe por que, e saiu, ovacionado, para a entrada de Kléber.

E o que começou com o hino, acabou em olé.

A Seleção B do Brasil passou bem pela seleção B ou C da Argentina.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/