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Blog do Juca Kfouri

Leandro Damião quase salva a Superpelada

Juca Kfouri

14/09/2011 23h41

O primeiro tempo em Córdoba foi de doer.

Na Seleção Brasileira só mesmo Neymar chamou a atenção em duas ou três jogadas.

Ronaldinho foi uma enorme decepção e Leandro Damião mandou na trave a única chance de gol da Seleção, em jogada de Neymar.

Dos três volantes, Renato Abreu desapareceu e a nada criativa dupla corintiana Ralf e Paulinho protegeu tão pouco a defesa que por muito pouco, três vezes, a Argentina não fez seu gol, sempre em jogadas concluídas por Boselli, na cara de Jefferson, que não precisou fazer nenhuma defesa, é verdade, já que as três bolas apenas passaram rente às traves.

Mas a dupla Dedé e Revér não se entendeu, Danilo foi uma avenida pela esquerda e Kléber, mais uma vez, não rendeu na Seleção o que rende em clube, mal até nos cruzamentos.

O ponto alto do primeiro tempo foi o clima amistoso do amistoso e a sorte brasileira foi que Boselli se machucou e saiu aos 24, para entrada de Gigliotti.

Como seria no segundo tempo?

A Argentina seguiu melhor, acuando o time nacional, muito mais na força que no jeito, mas, acuando.

O meio campo brasileiro era inteiramente dominado e o gol só não saía porque  faltava habilidade aos atacantes argentinos.

E a sorte continuava a sorrir para o Brasil porque a Argentina perdeu mais um atacante, machucado, Martinez, que saiu para a entrada de Mouche, aos 13.

Aos 15, Mano Menezes pôs Oscar no lugar de Renato Abreu, que se você não viu, nem eu.

Dedé, de tão nervoso, errava passes primários e os brasileiros só faziam correr atrás dos argentinos, com 50 mil torcedores dando olé.

Ronaldinho seguia uma decepção e Neymar ser associava a ele, com o que a bola não chegava nem perto de Leandro Damião, para alívio da dupla, imagine!, Sebá&Desábato.

Aos 31, enfim, com o Brasil um pouquinho melhor mesmo sem chutar ao gol, eis que Leandro Damião, provavelmente irritado porque a bola não chegava nele, foi buscá-la pela direita, aplicou uma carretilha sensacional num adversário e enfiou de cobertura na trave esquerda, um pecado porque seria um gol extraordinário.

Aos 35, Ronaldinho também enfim, bateu bem uma falta e o goleiro Orion teve que espalmar a escanteio.

Oscar, mesmo sem brilhar, ao menos agitou o time brasileiro, que mudou de postura.

Casemiro entrou aos 41 no lugar de Paulinho e Fernandez saiu para entrar Chaves.

Mas com um botafoguense, dois santistas, um vascaíno, um atleticano, três colorados, dois corintianos, dois flamenguistas e um são-paulino, o time mais vinculado ao torcedor brasileiro não conseguiu sair do 0 a 0, bom resultado para um mau futebol.

E Mano Menezes segue sem vencer um cachorro grande.

Quem sabe em Belém, daqui a duas semanas, no jogo de volta.

Notas?

Não foi jogo para tanto.

O Superclássico foi mesmo uma Superpelada, que só não leva também um redondo zero porque Leandro Damião pagou o ingresso de quem foi ao estádio Mario Kempes.

Que, mesmo assim, vaiou ao fim do jogo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/