Topo

Blog do Juca Kfouri

Assa "o" batata de Mano Menezes

Juca Kfouri

10/08/2011 17h37

Quando num amistoso internacional a torcida começa a fazer ola você pode ter certeza: o jogo está monótono.

E assim aconteceu ali pelo meio do primeiro tempo em Stutgart, onde nem Alemanha nem Brasil provocaram maiores emoções, a ponto de os goleiros terem se limitado a fazer uma defesa cada um nos 45 minutos iniciais.

A Alemanha dominou o jogo, teve mais de 60% de posse de bola, mas não fez nada de brilhante com ela e o Brasil ameaçou em contra-ataques.

Mas nem bem começou o segundo tempo e a primeira sensação de gol aconteceu depois que Ramires roubou uma bola na defesa brasileira, avançou, deu de lado para Fernandinho e este entregou para Pato tirar o goleiro da jogada, mas errar a cobertura que lhe valeria um golaço.

A Alemanha reagiu prontamente, quase promovendo um novo frango de Júlio César, salvo pelo ombro, e tendo um gol salvo por Lúcio.

Que, no entanto, fez pênalti, com o joelho em Kroos, aos 13.

Schweinsteiger bateu e fez 1 a 0. Era justo.

E abriu a porteira.

Em seguida, em belíssima triangulação, Gotze fez 2 a 0, aos 21.

Mas o juizão inventou um pênalti e Robinho, que não tinha batido seu pênalti na Copa América, diminuiu: 2 a 1, aos 26.

Mas como o que é do homem o bicho não come, aos 34 André Santos aprontou mais uma de suas famosas irresponsabilidades e deu o terceiro gol ao alemão Schurlle: 3 a 1.

Neymar, num último suspiro, aos 47, ainda conseguiu belíssimo gol: 3 a 2.

E os velhos fregueses venceram, como já havia acontecido com a Argentina e com a França sob o comando de Mano Menezes.

Notas:

Júlio César não passa mais a segurança que já passou: 6,0

Daniel Alves jogou o de sempre na Seleção, longe do que faz no Barcelona: 6,0

Lúcio é mais um que não é mais o mesmo: 5,0

Thiago Silva com a regularidade de sempre: 6,5

André Santos ainda causará sérios prejuízos à Seleção: 4,0

Ralf  estreou sem brilhar nem comprometer: 5,5

Ramires foi dos melhores da Seleção: 7,0

Fernandinho é um escárnio, um Felipinho Melinho piorado, mas, do grupo do empresário do técnico da Seleção, embora na reserva do Shakhtar): 4,0

Robinho foi o melhor dos brasileiros: 7,5

Pato não se completa e dá a impressão de pensar mal: 4,5

Neymar, febril e no sacrifício, pouco participou, mas fez belo gol: 6,0

Com a partida perdida, entrou um bando de gente na Seleção, que fica sem nota.

Mano Menezes ao levar Ganso e deixá-lo no banco revelou profunda falta de sensibilidade. Ou o santista está em mau momento, como está, e fica de fora até voltar a ser o que pode, ou deve ter a segurança de que jogará. E Fernandinho soa até como provocação, para não falar da ausência de Marcelo e da presença de André Santos.

"O" batata de Mano está assando. Imagine Vanderlei Luxemburgo campeão brasileiro com o Flamengo…

A nota de Mano: 3,0!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/