Um estupendo 0 a 0 em Montevidéu
Sento para escrever no fim do primeiro tempo.
O Santos conseguiu ir para o vestiário com um ótimo 0 a 0.
E teve pelo menos três excelentes chances para fazer gol, o que revela que, na frente, o time foi bem, embora todas elas tenham sido com jogadores da defesa, Alex Sandro duas vezes e Bruno Rodrigo uma.
Principalmente depois que Neymar foi injustamente punido com um cartão amarelo e vaiado por um estádio Centenário simplesmente incandescente.
O problema santista esteve na defesa.
Com apenas Durval, ótimo, dos zagueiros titulares, também por três vezes a defesa vacilou e permitiu ser surpreendida por perigosas estocadas por suas costas.
Numa delas, no minuto derradeiro, o gol perdido pelo Peñarol foi desses que não se perdem em decisões.
A experiência de Edu Dracena e de Léo faz muita falta.
O talento de Paulo Henrique Ganso para alimentar a velocidade do ataque faz mais falta ainda.
É digna de nota a lealdade com que foi disputada a primeira etapa da decisão.
Em meio à tensão, nenhuma violência.
Mas Neymar acusou o árbitro Carlos Amarilla (que apitava bem, tirante o amarelo injusto) de ameaçá-lo três vezes de expulsão.
Começa o segundo tempo.
O acompanhamento agora terá de ser quase minuto a minuto.
Talvez devesse ser segundo a segundo porque, com 10, a bola passou perigosamente diante do gol brasileiro. E, com 40, Zé Eduardo, apático, permitiu que a bola o encobrisse na área uruguaia.
Aos 3 minutos, Sosa fez milagre em chute à queima-roupa de Zé Eduardo. Que chance!
Mas foi bom, impôs ainda mais respeito.
Com 15 minutos, mesmo sem brilhar, o Santos impunha o ritmo do jogo. Estava de ótimo tamanho. As vaias do Centenário seriam aplausos na Vila Belmiro.
E ainda faltava uma jogada genial de Neymar.
Aos 19, um susto. Mas Adriano conjurou ao dividir na hora agá.
Aos 25 o jogo seguia ao feitio santista.
Aos 26, uma lástima! Alex Sandro pôs a bola na cabeça de Zé Eduardo que cabeceou cruzado, rente à trave. Ah, se fosse o Borges…
Aos 28, novo susto! Martinuccio quase surpreende Rafael, na pequena área.
No minuto seguinte, nova boa defesa do goleiro brasileiro.
Aos 29, Estoyanoff desperdiçou uma chance de ouro.
O Santos atravessava ileso seu pior momento.
Se o Peñarol já tinha feito duas alterações e melhorado bastante com a entrada do veterano Pacheco, aos 34 Elano (fatigado em fim de temporada) saiu para entrar Alan Patrick.
Só faltavam 11 minutos.
Aos 35, depois de bela jogada de Arouca, Neymar teve boa oportunidade, mas bateu fracamente para fácil defesa de Sosa.
Aos 37, os uruguaios queimaram sua última troca ao fazer entrar um centroavante, Alonso, com porte de pivô de basquete.
O xerife Durval mediu o grandalhão de cima a baixo.
Aos 40, Alonso, em impedimento, bota no gol, corretamente anulado.
Bruno Aguiar vem para os minutos finais no lugar de Zé Eduardo, no que Muricy Ramalho fez muito bem.
Faltavam só dois minutos.
Foram dados três minutos de acréscimos.
E o jogo, gloriosamente, acabou.
Com todo respeito e seriedade, o tri está por um triz no Pacaembu.
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