Seleção ou timinho?
Se você for brasileiro, esqueça o primeiro tempo de Brasil x Holanda no belo e apinhado Serra Dourada.
Tanto que o melhor brasileiro em campo foi o goleiro Júlio César.
Prova de que mesmo com menos tempo de posse de bola, a Holanda foi mais incisiva com o menino Afellay quase marcando duas vezes.
E olhe que a Holanda em fim de temporada, como Elano, queria mais que a vida acabasse num barranco, tamanho o calor em Goiânia.
Mano Menezes que desculpe mas um meio de campo com Lucas, Ramires, Elano e Robinho equivale a criatividade que beira zero.
Para o segundo tempo não houve mudança em nenhum dos times e com 40 segundos Elano pôs Neymar na cara do gol, dando ao goleiro Krul sua primeira oportunidade para fazer ótima defesa.
Já não tinha sol e a Seleção Brasileira voltou melhor, porque também tinha oito jogadores à beira de entrar em férias.
Mas a massa pedia Lucas, o garoto do São Paulo.
Em 10 minutos, os brasileiros criaram mais do que em todo o primeiro tempo.
Neymar começou a aparecer com todo seu veneno, mas Fred seguia escondido.
Só aos 17, depois de ver o Brasil criar um sem-número de chances de gol, a Holanda ameaçou, com Robben chutando nas nuvens.
Aos 18 começaram as substituições.
Os holandeses trocaram três de uma vez só e Lucas e Sandro entraram no lugar de Elano e Lucas.
Aos 23 o Brasil já merecia estar na frente.
A Holanda, vice-campeã mundial, era ficção e o Brasil tinha alguma fantasia.
Elias no lugar de Robinho, Leandro Damião no de Fred, mais um holandês em campo, aquilo de sempre em amistosos, aos 28.
Aos 33, Ramires, que cabecinha!, achou de pegar Robben e como já tinha amarelo levou o vermelho.
Aos 38, Adriano no lugar de André Santos.
Mas o zero ficou no placar.
E Mano Menezes ainda não viu seu time ganhar de ninguém importante no cenário mundial, além de ter ouvido o Serra Dourada, com 36 mil torcedores, chamá-lo, em coro, de timinho.
Não sem alguma razão.
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