Adeus, Fenômeno!
Acabou.
Na verdade, já tinha acabado.
Mas hoje é o fecho oficial.
Pelo menos com a camisa amarela.
Com a preto e branca, promete-se, ainda não.
Mas Ronaldo parou.
O Fenômeno é história.
Com H maiúsculo.
Conheci-o na Copa dos Estados Unidos, ele com 17 anos, eu com 24 de carreira.
Algumas vezes dei a ele, pouco assediado que era no fim dos treinos, a revista Placar que acabara de chegar, determinando que a entregasse a Romário.
Ele obedecia, humildemente, e me chamava de tio.
Quatro anos depois, na Copa da França, nos reencontramos.
Quer dizer…
Ele já tinha brilhado no PSV holandês, no Barcelona e brilhava na Inter de Milão.
Era um craque globalizado, com 21 anos, eu com 28 anos de carreira.
No primeiro treino que o vi nos arredores de Paris, o chamei no alambrado, de uns 10 metros de distância.
Ele olhou na direção do grito, semicerrou os olhos e, simplesmente, não me reconheceu, não sabia mais quem eu era.
Não tinha a menor importância, não fazia a menor diferença.
De lá para cá, o craque só ficou maior. E maior, e maior.
Com quedas aparentemente irrecuperáveis, físicas ou morais, com voltas por cima dignas de um verdadeiro Fenômeno.
Como nenhum outro atleta na história do esporte mundial. Nenhum!
Sim, Ronaldo Fenômeno é o jogador brasileiro mais importante depois de Pelé.
E não porque você queira ou porque eu quero.
Simplesmente porque o mundo assim o vê.
Por isso, esses 15 minutos finais no Pacaembu servem, simbolicamente, para que a Terra, que é redonda como a bola, pare para pensar no tamanho de seu futebol.
Cujo metro é o mesmo que mede a dimensão de gênios como Pelé, Maradona, Messi.
Sem comparação.
Só constatação.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/