O fim da Copa privada e o estupro da lei
A Copa do Mundo da iniciativa privada que Ricardo Teixeira anunciou dois anos atrás era uma fantasia.
Um estudo do Tribunal de Contas da União revela que nada menos do que 98,56% dos R$ 23 bilhões orçados para as obras da Copa de 2014 sairão de empresas governamentais como a Caixa Econômica Federal, o BNDES e a Infraero.
Se não bastasse, está na mesa da presidenta Dilma Rousseff, para ser sancionado ou vetado, um artigo que modifica a chamada Lei da Moralização do Futebol.
Na lei, cartola que endividar o clube que dirige pode ser chamado a arcar com seus bens para ressarcir a entidade.
Mas uma mudança passou como contrabando numa Medida Provisória, a 502, sobre Bolsa-Atleta, que não tinha nada a ver com o tema, em manobra do deputado baiano José Rocha, presidente do conselho deliberativo do Vitória e remanescente da velha bancada da bola que tudo fez para atrapalhar a CPI da CBF 10 anos atrás.
A mudança, é claro, não responsabiliza mais o cartola pelo endividamento.
Há fundadas esperanças de que a presidenta vete o artigo, já que a Copa, bem, a Copa ela terá de pagar porque não dá mais para largar.
Comentário para o Jornal da CBN desta segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011.
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