O Parque do Sabiá e o Olímpico tremeram
Nenhum torcedor do Galo, por mais fanático que seja, dirá que seu time é melhor que o do Cruzeiro.
Mas hoje foi.
E foi porque o Cruzeiro, muito confiante em sua superioridade e com 100% do Parque do Sabiá (18.132 pagantes) a favor, partiu para cima do Galo como se fosse goleá-lo.
Sim, é verdade que criou muito mais que o Galo e que Renan Ribeiro só não foi o nome do jogo porque o nome do jogo foi Obina, autor de três gols e impedido equivocadamente de marcar o quarto, quando o Galo já vencia por 3 a 1 e o Cruzeiro tinha perdido um pênalti inexistente cobrado com cavadinha por Montillo.
O gol cruzeirense foi de Gilberto, em seu primeiro toque na bola ao entrar em campo, ainda aos 35, no lugar de Diego Renan.
Sim, o jogo foi espetacular, dos mais espetaculares da temporada.
Obina marcou aos 6, 23 e 30, em jogadas que exploraram a fragilidade pelas alas cruzeirenses.
Para o segundo tempo, Cuca tirou Jonathan e pôs Pablo, e, aos 10, Dorival Jr. pôs Alê no lugar de Renan Oliveira.
(Sim, Cruzeiro e Galo fazem o jogo com maior concentração de Renans da história do ludopédio).
O que o Cruzeiro criou de possibilidades no segundo tempo foi brincadeira.
E é por isso que se pode dizer, por contraditório que pareça, que o Galo jogou melhor.
Porque o Galo teve, no máximo, seis chances de gol. E aproveitou quatro!
O Cruzeiro teve, no mínimo, oito, e…
Como quatro?
Mas não estava 3 a 1.
Sim, estava até que, aos 21, em cobrança de escanteio, Rever subiu mais e cabeceou para fazer 4 a 1.
Que jogo, que jogo, que jogo!
Não, não pense que é exagero e nem que acabou.
Por que Roger entrou no lugar de Marquinhos Paraná, aos 29, e Thiago Ribeiro, aos 31, se aproveitando do rebote de mais uma defesaça de Renan, diminuiu: 4 a 2.
E ele de novo, chutando cruzado, diminuiu ainda mais: 4 a 3, dois minutos depois.
O Galo tirou Tardelli para entrar Daniel Carvalho e Diego Souza para Joedson.
O 4 a 4 era iminente e seria justo.
O Galo recuara demais, talvez porque fosse mesmo impossível, com um time inferior, resistir à blitz cruzeirense.
Era se defender e rezar.
Rezar para São Renan.
Deu certo e o Galo caiu fora da ZR, que não é mesmo lugar para ele.
Perto do que acontecia em Uberlândia, o primeiro tempo em Porto Alegre, no Olímpico (45.234 pagantes), era amistoso, apesar de ser um Gre-Nal, que viu o Grêmio sair na frente com André Lima, aos 36, e muito pegado.
Grêmio que teve diversas chances de ampliar no começo do segundo tempo, uma vez com Douglas, outra com Jonas.
Até que, aos 18, Fábio Rochemback salvou com a mão na linha fatal o empate colorado, o pênalti foi marcado, ele foi expulso e Alecsandro empatou: 1 a 1.
Certos de que virariam, os colorados foram para o abafa e nem bem iniciaram a pressão com um jogador a mais e eis que Fábio Santos marcou um golaço, de bico, pela esquerda, em contra-ataque fulminante.
Quer saber?
Era justo.
E o jogo já não tinha mais nada de amistoso.
Enquanto Renato Gaúcho tirava Jonas para botar Diego (lembremos que o Grêmio tinha um a menos), Celso Roth tirava Giuliano para por Andrezinho.
E tomando conta do campo gremista, o Inter empatou com belo chute de D'Alessandro, de fora da área, aos 38: 2 a 2.
Douglas saiu, Gilson entrou e Wilson Mathias saiu para entrar Leandro Damião.
Sim, sem dúvida, que jogo, que jogo!
Enfim, que domingo.
O torcedor agradece.
O do Fluminense, principalmente, outra vez na liderança.
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