Porque hoje é sábado
Porque hoje é sábado e amanhã é domingo, eu afirmo: 1. Nada tenho contra o Palmeiras, muito ao contrário. Depositei enorme confiança na novo diretoria, certo de que seria muito melhor que a anterior. E tem sido mesmo. Nem por isso, no entanto, está imune às críticas de quem vê, no mínimo, ingenuidade nas alianças que tem feito. Não duvido que, a curto prazo, as vitórias venham. Já vi isso antes. Mas o depois é que são elas. Esperava da nova direção uma política, digamos assim, de crescimento auto-sustentado; 2. Nada tenho a favor do São Paulo, apenas constato. A diferença do São Paulo para os outros é simples: o clube tem uma política. Nada genial, nada que os outros não possam ter. Só que os outros não têm. O Reffis, por exemplo. Não se trata de ter ou não o equipamento mais moderno, porque os centros de recuperação mais recentes sempre serão mais modernos. Mas se trata de saber o que fazer com isso. O centro do São Paulo é tocado pelos mesmos profissionais há anos. O do Santos, por exemplo, já perdeu o Filé, para o Palmeiras; 3. Sou corintiano, sim, muito mais que muitos que acham que não sou. Só que a paixão não me cega, porque só faltava isso: ser jornalista e ser cego para a realidade. Talvez seja mesmo mais exigente com o time do meu coração do que com os outros. É humano. Mas sempre o exaltarei quando assim for de justiça e nunca deixarei de fiscalizá-lo, porque é minha obrigação; 4. Nada tenho contra o Sport, porque só se fosse um imbecil teria alguma coisa contra algum clube. Apenas não reconheço (e isso não deveria ter a menor importância para seus torcedores) uma façanha que não foi façanha e que vivi de perto, em 1987. Façanha foi a do Flamengo e é esta que reconheço; 5. Quando aposto o meu braço em alguma coisa, sempre espero que quem leia, ou ouça, entenda que é sentido figurado. Porque só faltava eu cortá-lo mesmo…; 6. O blog continuará aberto às contribuições de terceiros, sempre bem recebidas e motivo do orgulho do blogueiro; 7. Não sou filiado a nenhum partido político e nem nunca fui, pelo menos dentre os legais. E deixei de acreditar em certas idéias de minha juventude quando vi cair o muro de Berlim e ninguém de Berlim Ocidental ir para o lado Oriental, ao avesso do contrário. Mas não deixei de crer e de lutar pela inclusão dos excluídos e de dar mais valor ao que as pessoas fazem do que ao que falam. E de dar ao dinheiro o seu devido valor: quase nenhum, a não ser o que é óbvio; 8.Meu pai me deixou a melhor das heranças: ser verdadeiro; 9. Acredito piamente que jornalista que não quiser melhorar a esquina de sua rua, a cidade em que mora, o país em que vive, com o perdão da pretensão, não quiser construir um mundo melhor, errou de profissão; 10. Reafirmo que jornalismo é oposição!
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/