DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS – QUINTA EDIÇÃO

AUDITÓRIO DO MUSEU NACIONAL DA REPÚBLICA, DE 19 DE SETEMBRO A 25 DE OUTUBRO. ENTRADA FRANCA.

Diálogos refletem sobre formação cultural do Brasil para compreender o presente e construir o futuro

*Encontros trazem a Brasília oito autores de expressão nacional e internacional: Juca Kfouri, Patrícia Campos Mello, Jurema Werneck, Jorge Caldeira, Zélia Duncan, Marcelo Rubens Paiva, Itamar Vieira Jr. e Heloísa Starling

*Sessões de autógrafos com os escritores após cada conferência

*Convidados visitarão escolas de nível médio e instituições de ensino superior do DF para conversar com estudantes

Toda a riqueza cultural expressa na diversidade do povo brasileiro atravessando a história, além das chagas sociais profundas, dão o tom da série de conferências literárias dos DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS, que realiza sua quinta edição de 19 de setembro a 25 de maio. Os encontros serão realizados às segundas e, eventualmente, terças-feiras, a partir das 19h, no Auditório do Museu Nacional da República. Oito autoras e autores de grande repercussão nacional e até internacional conduzem a reflexões que passam pela história, cultura, música, identidade, futebol e pela comunicação como ferramenta de desinformação nos dias de hoje.

A cada semana, os convidados discorrem sobre uma temática relevante para pensar e repensar a cultura nacional, a partir de sua própria produção intelectual. Ao todo serão oito encontros, encabeçados por Juca Kfouri, Patrícia Campos Mello, Jurema Werneck, Jorge Caldeira, Zélia Duncan, Marcelo Rubens Paiva, Itamar Vieira Jr. e Heloísa Starling, sempre com especialistas na mediação das conversas. Após as conferências, haverá sessões de autógrafos com os autores.

Os diálogos começarão sempre às 19h, com entrada franca, mediante retirada de ingresso uma hora antes. Não há necessidade de inscrição. Para quem vai assistir às conferências presencialmente, os ingressos serão distribuídos no Museu Nacional da República a partir das 18h do dia de cada conferência, por ordem de fila e apenas um por pessoa. Às 18h30 será liberado o acesso para que os espectadores possam ocupar os lugares disponíveis.

Sob a direção-geral de Belchior Cabral e curadoria do jornalista e escritor Luiz Fernando Emediato, os DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS desejam promover conversas para entender, por meio da produção literária brasileira, em seus diversos gêneros e narrativas, a complexa formação história e a construção presente de nosso país. Além da conferência gratuita no Museu, todos os convidados visitarão uma escola ou universidade para conversar sobre suas obras com os alunos. Diálogos para entender, por meio da produção literária brasileira, em seus diversos gêneros e narrativas, a nossa história, agir no presente e construir o futuro do país.

A realização do DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS é da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (AACIC), que propõe debater com o público questões urgentes e temerárias, como a guerra cultural e o negacionismo científico, propagados por aqueles que se interessam apenas pelo obscurantismo e querem revisar e reinterpretar ideologicamente o passado segundo seus interesses de classe. “Convidamos escritoras e escritores brasileiros cujas obras refletem ou revelam os processos de construção histórica do Brasil para mediar nossa percepção e ampliar o diálogo necessário para o aprofundamento da democracia em nosso país”, propõe Marconi Scarinci, presidente da associação.

Conversa com estudantes – Nesta edição, os autores e autoras convidados vão cumprir uma agenda de bate-papos com estudantes, em visitas a escolas e universidades. As instituições a serem visitadas são: Universidade Católica de Brasília (UCB), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB) – campus São Sebastião; CEMAB – Centro de Ensino Médio Ave Branca de Taguatinga, CEM Taguatinga Norte, CEM 01 do Riacho Fundo I, CEM 12 de Ceilândia, CEM 04 de Ceilândia e CEM 2 de Ceilândia.

OS DIÁLOGOS

Na programação dos DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS, o público mergulhará em temas dos mais diversos, mas sempre pontuado pela produção literária e pelo pensamento crítico. Os diálogos começam nesta segunda-feira, dia 19 de setembro, com a participação do jornalista, cientista social e escritor Juca Kfouri. Conhecido por seus comentários cáusticos na imprensa, Kfouri apresentará o tema “História, cultura e futebol”.

Na semana seguinte, dia 26/9, o programa apresentará a jornalista, escritora e pesquisadora Patrícia Campos Mello. A premiada repórter provoca uma reflexão a partir do tema “A comunicação no Brasil: a mentira como ferramenta de desinformação”. Na ocasião, Patrícia parte das discussões levantadas no seu livro “A máquina do ódio – notas de uma repórter sobre fake news e violência digital” (Cia. Das Letras).

O terceiro encontro da série será logo no dia seguinte, 27/9, terça-feira. A ativista, feminista, médica, comunicóloga e autora Jurema Werneck nos conduz pela experiência da mulher negra dentro do ambiente comunicacional. O tema é baseado no seu mais recende livro, “O samba segundo os lalodês: mulheres negras e cultura midiática” (Hucitec).

No início de outubro, os Diálogos seguem com a participação do professor e cientista político Jorge Caldeira, imortalizado em julho, ao ser eleito a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras. Com uma produção literária prolífica, Caldeira discute desde futebol, samba, empreendedorismo e economia em seus livros. Para a conferência, ele se debruça sobre “A história da riqueza no Brasil”

Após uma breve pausa de uma semana, o público se encontrará no dia 17 de outubro com a cantora, compositora e escritora Zélia Duncan, uma artista com estreita relação com a capital federal, onde começou sua bem-sucedida carreira musical. Para os Diálogos, Zélia parte de sua obra “Benditas coisas que eu não sei – músicas, memórias, nostalgias felizes” (Agir) para tratar da afetividade na tradição musical e na literatura brasileira.

No dia seguinte, 18 de outubro, é a vez do premiado escritor, dramaturgo e roteirista Marcelo Rubens Paiva ocupar o centro da discussão no Museu da República. O autor, que lançou ano passado a “Série – o livro” aborda dois temas que marcam sua trajetória de vida pessoal e o imaginário literário de sua obra: memória e literatura.

Na última semana dos DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS, com sessões nos dias 24/10 e 25/10, o Auditório do Museu receberá, respectivamente, o pesquisador e escritor baiano premiado e reconhecido internacionalmente por “Torto arado” (Todavia), Itamar Vieira Jr., e a historiadora, cientista política e professora Heloísa Starling, autora dos livros “Brasil: uma biografia” e “A bailarina da morte: a gripe espanhola no Brasil”.

 Não há necessidade de inscrição. Para quem vai assistir às conferências presencialmente, os ingressos serão distribuídos no Museu Nacional da República a partir das 18h do dia de cada conferência, por ordem de fila e apenas um por pessoa. Às 18h30 será liberado o acesso para que os espectadores possam ocupar os lugares disponíveis. O ingresso estará sujeito à lotação do local.

PROGRAMAÇÃO

19 de setembro, segunda-feira, 19h

História, cultura e futebol

Palestrante: Juca Kfouri – Escritor, autor da obra” Confesso que perdi: Memórias” (Cia das Letras). Formado em Ciências Sociais pela USP, é jornalista há 52 anos, dirigiu as revistas Placar e Playboy, é colunista da Folha de S. Paulo, do Portal UOL, da Rádio CBN, faz o programa Entre Vistas da TVT, é comentarista do ICL Notícias.

Mediação: Nilson Rodrigues, produtor cultural

26 de setembro, segunda-feira, 19h

A comunicação no Brasil: a mentira como ferramenta de desinformação

Palestrante: Patrícia Campos Mello – Jornalista e escritora, em 2020 publicou “A máquina do ódio – notas de uma repórter sobre fake news e violência digital (Cia das Letras), sobre campanhas de desinformação de líderes populistas no Brasil, Índia e EUA e a erosão da liberdade de imprensa no Brasil. Repórter da Folha de S. Paulo, comentarista de TV e pesquisadora. Vencedora do Prêmio Maria Moors Cabot da Universidade Columbia (2020).

Mediação: Hamilton Pereira, escritor

27 de setembro, terça-feira, 19h

Mulheres negras e cultura midiática

Palestrante: Jurema Werneck – Ativista feminista, médica, comunicóloga e autora, cofundadora da organização não governamental Crioula. É Diretora-Executiva da Anistia Internacional no Brasil e faz parte do quadro da direção do Fundo Global para Mulheres. Em 2020 lançou “O samba segundo os Ialodês: mulheres negras e cultura midiática” (Hucitec).

Mediação: Vera Lucia Santana, advogada

3 de outubro, segunda-feira, 19h

A história da riqueza no Brasil

Palestrante: Jorge Caldeira – Nasceu em São Paulo, em 1955. É doutor em Ciência Política, escritor, autor de “101 brasileiros que fizeram história” (Estação Brasil), “Noel Rosa: de costas para o mar” (Brasiliense), “Mauá: empresário do Império” e “Viagem pela história do Brasil” (Cia das Letras), “A nação mercantilista” e “Ronaldo: glória e drama no futebol globalizado” (Editora 34), “O banqueiro do sertão”, “A construção do samba”, “História do Brasil com empreendedores” e “Júlio Mesquita e seu tempo” (Mameluco). Ocupa a cadeira n. º 18 da Academia Paulista de Letras. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 2022.

Mediação: Hamilton Pereira, escritor

17 de outubro, segunda-feira, 19h

A afetividade na tradição musical e na literatura brasileira

Palestrante: Zélia Duncan – Cantora, compositora e escritora, autora de “Benditas coisas que eu não sei – músicas, memórias, nostalgias felizes” (Agir), obra em que reúne 23 ensaios e um breve diário nos quais expõe seu olhar e sua relação com a música. Além de incontáveis canções, já escreveu roteiros, um perfil de Dona Ivone Lara, uma coluna semanal de crônicas no jornal O Globo, uma peça de teatro, esquetes, textos de orelha, prefácios e posfácios.

Mediação: Juca Ferreira, sociólogo

18 de outubro, terça-feira, 19h

Memória e literatura

 Palestrante: Marcelo Rubens Paiva – Roteirista, escritor e dramaturgo, nasceu em 1959 em São Paulo. Foi laureado com três Prêmio Jabuti, um Prêmio Shell, um Moinho Santista e um da Academia Brasileira de Letras. Entre seus livros estão “Feliz ano velho” (1982 – Prêmio Jabuti), “O homem ridículo” (2019), e a “Série – O livro” (2021). Foi traduzido para o inglês, espanhol, francês, italiano, alemão e tcheco.

Mediação: Tereza Cruvinel, jornalista e escritora

24 de outubro, segunda-feira, 19h

O povo negro e a formação da identidade brasileira

Palestrante: Itamar Vieira Jr. – Nasceu em Salvador (BA), em 1979. É geógrafo e doutor em estudos étnicos e africanos pela UFBA. Seu romance “Torto arado”, publicado pela Todavia em 2019, venceu o Prêmio Leya, recebeu também os prêmios Oceanos e Jabuti e está sendo traduzido para uma dezena de idiomas. Em 2021, lançou “Doramar ou a Odisseia: histórias” (Todavia). Trabalha como servidor público no Incra e está escrevendo um novo romance.

Mediação: Carlos Marcelo, escritor e jornalista

25 de outubro, terça-feira, 19h

Brasil: a outra independência

Palestrante: Heloísa Starling – Historiadora, cientista política e professora titular do Departamento de História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. É autora de “Os senhores das Gerais” (1986), “Lembranças do Brasil” (1999), “Brasil: uma biografia” (2018), “A bailarina da morte: A gripe espanhola no Brasil” (2020), “Linguagem da destruição: A democracia brasileira em crise”, entre outros.

Mediação: Hamilton Pereira, escritor

SERVIÇO

DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS

Local: Museu Nacional da República (Complexo Cultural da República, próximo à Rodoviária do Plano Piloto)

Datas: de 19 de setembro a 25 de outubro

Horário: 19h

ENTRADA FRANCA (distribuição de ingressos uma hora antes do início da palestra)

_________________________________________________________________

ASSESSORIA DE IMPRENSA:

Alfarrábios Culturais

Guilherme Lobão: (61) 981753101

guilhermelobao@gmail.com

Bastava vencer o Fluminense por 1 a 0 e se classificar para a final da Copa do Brasil para o corintiano ficar muito feliz.

E já no primeiro tempo Renato Augusto fez o gol que classificava o Alvinegro.

Aí, como futebol é futebol, apesar da pressão do Fluminense, o Corinthians acabou ganhando por enganoso 3 a 0.

Fez dois gols no fim do jogo, aos 45 e 47 minutos, um de Giuliano, culminando bela jogada coletiva, mais de um minuto de troca de 27 passes e, para alegria, ampla, geral e irrestrita de 45 mil fiéis em Itaquera, outro do detestado bolsonarista Felipe Melo, que fez gol contra típico de quem já era.

Corinthians e Flamengo decidirão a Copa do Brasil, os paulistas pela sétima vez e os cariocas pela oitava, ambos em busca do tetra.

Os jogos serão nos dias 12 e 19 de outubro e os mandos definidos por sorteio na terça-feira.

Comentário para o Jornal da CBN desta sexta-feira, 16 de setembro de 2022.

No bafo da Fiel, o Corinthians não deixou o Fluminense respirar a não ser em raros momentos, quando Cássio precisou trabalhar.

Enquanto Paulo Henrique Ganso seguia a máxima de Gerson, o Canhotinha de Ouro e, em vez de correr, fazia a bola correr, com rara simplicidade e frieza, o Corinthians ganhava quase todas as divididas e roubava bolas como se tira doce da boca de criança.

E Renato Augusto tentava fazer seu gol de fora da área.

Na primeira vez, chutou nas alturas; na segunda, Fábio fez ótima defesa e na terceira, aos 33 minutos, em passe de Roger Guedes, abriu o marcador e pôs o Alvinegro na frente: 1 a 0.

Gérman Cano, assim como Yuri Alberto, não conseguia jogar, e André fazia muita falta no meio de campo tricolor.

No embate dos treinadores, ao fim do primeiro tempo, Vitor Pereira levava Fernando Diniz no bico, porque seu time anulava o famoso toque de bola das Laranjeiras.

Teria o Corinthians a mesma força física para manter a pressão na etapa final?

Nathan voltou no lugar de Wellington para melhorar a armação carioca.

Era outro Fluminense no começo do segundo tempo, agressivo e dominante.

No chamado jogo de trocação, o embate não era nervoso, era nervosíssimo.

E, aos 15’, em cobrança de falta, Arias bateu no travessão de Cássio.

Ganso seguia dando passes preciosos e Willian Bigode entrou no duelo, no lugar de Matheus Martins, para aumentar a pressão ofensiva.

Os cariocas davam o troco na mesma medida do que haviam sofrido e os paulistas pareciam fisicamente desgastados pelo esforço inicial.

De repente, uma sucessão de erros de passes passou a permitir chances para os dois lados e ambos os treinadores se mexeram.

Marrone e Felipe Melo de um lado e Adson, Mateus Vital e Giuliano do outro.

Caio Paulista e Manoel fora, assim como Mosquito, Roger Guedes e Renato Augusto.

Os pulmões prevaleciam sobre os talentos.

E cada vez que Felipe Melo pegava na bola Itaquera vaiava o ex-palmeirense.

No Maracanã, sem merecer, o Corinthians fez o gol do 2 a 2 no fim.

Se o Fluminense devolvesse o empate nos acréscimos seria justo.

Michel Araújo no lugar de Samuel Xavier foi a última troca tricolor.

45.558 torcedores sofriam coisa que sirva no estádio e mais uma vez o Corinthians fazia valer o fator casa, para chegar à sétima final da Copa do Brasil, em busca do tetra contra o Flamengo.

E quem fez o gol no fim foi mesmo o Corinthians de novo, de pé em pé, para brilhar a estrela de Vitor Pereira, com Adson dando o passe final para Giuliano fazer o 2 a 0, 4 a 2 no placar agregado.

Para melhorar, aos 48’, o detestado Felipe Melo fez contra um gol ridículo, entre as pernas de Fábio: 3 a 0, 5 a 2. E não se fala mais nisso.

Como era esperado o Flamengo não teve problemas para ganhar, de novo, do São Paulo e chegar à final da Copa do Brasil pela oitava vez.

Venceu até por pouco, só por 1 a 0, gol de Dom Arrascaeta, mas fez por vencer pelo menos por 3 a 0.

E hoje vai conhecer seu adversário na final, se o Corinthians ou o Fluminense, que vão jogar às 8 da noite, em Itaquera, depois de empatarem 2 a 2, no Maracanã.

Em qualquer das hipóteses as finais devem ser sensacionais, ou com o Clássico do Povo, ou com um Fla-Flu, o jogo que nasceu 40 minutos antes do nada, segundo Nelson Rodrigues.

Flamengo e Corinthians correm em busca da quarta Copa do Brasil, o Fluminense atrás da segunda e o São Paulo segue sem jamais tê-la conquistado.

Comentário para o Jornal da CBN desta quinta-feira, 15 de setembro de 2022.

Caberá à Fiel empatar o placar geral de um jogo de muita tradição

Nas primeiras duas vezes em que Corinthians e Fluminense se enfrentaram ninguém venceu.

Corria o ano de 1933 e houve dois empates, por 4 a 4, nas Laranjeiras, em amistoso e, ainda no mesmo estádio Álvaro Chaves, por 0 a 0, pelo Torneio Rio-São Paulo.

Assinantes do UOL ou da Folha leem mais AQUI.

Aconteceu o que era óbvio que aconteceria: o Flamengo é finalista e favorito para ser tetracampeão da Copa do Brasil.

Por mais que o São Paulo tenha começado o jogo com coragem, a diferença entre os times é enorme.

Dois lances, inválidos, explicam a diferença: Luciano, em impedimento, no começo do clássico, teve o gol à disposição e permitiu a defesa de Santos; Pedro, em seguida, também impedido, fez o gol.

Daí em diante só deu Flamengo.

Que fez 1 a 0 em jogada tramada por Pedro, de pivô, e Éverton Ribeiro, de armador, o passe para Dom Arrascaeta saiu certeiro e o uruguaio cavou com sutileza, aos 36 minutos.

O que parecia impossível, o São Paulo virar o 1 a 3, ficou irrealizável, com 4 a 1 no placar agregado.

Sair do Maracanã lotado por 63 mil torcedores com dignidade era tudo e só o que restava aos paulistas.

E diga-se que Jandrei, como se fosse jogador de vôlei, salvou o que seria um golaço por cobertura de Gabigol, ainda no primeiro tempo.

O goleiro tricolor salvou como líbero um lob digno de exímio tenista.

Fosse Rogério Ceni, voltaria para o segundo tempo com quatro trocas, a quinta deixaria para alguma necessidade por lesão, já pensando no jogo do domingo, no Castelão, contra o Ceará, pelo Brasileirão, ambos com 31 pontos, o chamado jogo de seis pontos, para fugir da parte inferior da tábua de classificação.

Nos cinco primeiros minutos da etapa final por pouco o Flamengo não aumentou e, no sexto, Luciano atingiu a trave de Santos.

Mais até que corajoso, o São Paulo era temerário, se expunha e não dava sossego, embora estivesse sempre mais ameaçado do que ameaçasse.

Aos 20’, finalmente, Reinaldo e Alisson deram lugar a Welington e Galoppo, mas era pouco.

Já o Flamengo, cinco minutos depois, descansou Éverton Ribeiro e Thiago Maia para Vidal e Victor Hugo se divertirem.

Já para jogar os 15 minutos finais, Patrick saiu e Talles Costa entrou.

Como entraram Diego Ribas e Cebolinha e Dom Arrascaeta e Pedro saíram, assim como Calleri e Luciano deram lugar a Éder e Juan.

Enfim, o 1 a 0 ficou pouco para os vitoriosos e digno para os derrotados.

Não será este ano que o São Paulo ganhará sua primeira Copa do Brasil e tem todo jeito de 2022 ser o do tetra do Flamengo.

Se contra Corinthians e Fluminense saberemos amanhã, em Itaquera.

Para os rubros-negros será melhor enfrentar os alvinegros porque Fla-Flu é Fla-Flu, embora chance de revanche da decisão estadual, quando o tricolor impediu exatamente o inédito tetra carioca do Flamengo.

Por sinal, no domingo tem Fla-Flu no Brasileirão.

Por ROBERTO VIEIRA

Não se trata de comparar tal e qual Guardiola.

Haaland não é Cruyff.

Nunca vai ser.

Mas olhos são ludibriaveis.

A memória é seletiva.

Como não lembrar  23 de dezembro de 1973?

O cruzamento rumo ao nada.

O salto.

O 9.

O gol.

Como esquecer 14 de setembro de 2022?

O cruzamento rumo ao nada.

O salto.

O 9.

O gol.

Acrobático.

Rápido.

Elástico.

Monossilábico.

Parassimpático.

O Homo Torcedoris vive dessa paixão.

Busca traços do passado hj em dia.

Reflexos da magia.

Poesia que se entorna no chão.

E no vôo de Haaland.

Cones e bastonetes podem jurar.

Que viram Cruyff.

Por um breve momento que seja.

O que convenhamos.

Não é pouca coisa nesse submundo de bits e zaps.

Até o 80° minuto de jogo, em Manchester, o Borússia Dortmund vencia o City por 1 a 0 e o time de Pep Guardiola decepcionava, sem conseguir chutar ao gol alemão.

A bola não chegava no norueguês Haaland e quando chegava, surpreendentemente, ele perdia, como se constrangido em fazer valer a lei do ex.

Stone empatou com um tirambaço de fora da área que o goleiro Meyer aceitou.

E quatro minutos depois, de três dedos, Cancelo pôs a bola na área em busca da cabeça de Haaland.

O artilheiro percebeu que não chegaria a tempo e não teve dúvida: se jogou na bola em voo acrobático e com o lado do pé esquerdo consumou a virada inglesa: 2 a 1 e jogo ganho.

Um gol que os mestres da capoeira assinariam com gosto.

E de repente, não mais que de repente, um ataque de meiguice tomou conta da famiglia Bolsonaro.

O capitão, com ar compungido, se arrepende de ser quem é — e de algumas das frases que melhor o revelaram.

Um dos filhos repudia o ataque misógino do cafajeste seguidor fiel deles — que apenas repetiu o que disse o pai para a jornalista Vera Magalhães.

O que não faz a perspectiva da derrota e das prisões que, certamente, a sucederão!

Todos cordeirinhos.

Mas não se engane, em pele de lobos.