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Blog do Juca Kfouri

Verdão na final, o pragmatismo venceu!

Juca Kfouri

28/09/2021 23h24

A maior diferença entre os primeiros tempos do jogo de ida das semifinais da Libertadores para o de volta foi que na casa verde teve um pênalti desperdiçado por Hulk e no Mineirão nem isso.

Verdade que o jogo esteve menos ruim e que o Galo seguiu melhor, embora exagerando no número de faltas, 11 contra apenas uma do Palmeiras.

Chutes no gol os alviverdes não deram nenhum, contra três dos mineiros, para duas boas defesas de Weverton.

Empenho os paulistas mostravam, concentrados em não deixar os alvinegros, e apostavam numa bola.

Mas, de novo, em jogo decepcionante e incapaz de satisfazer as expectativas de quem queria espetáculo.

O Mineirão com torcida via jogo mais para nervoso que para artístico.

Sim, dirão, a Libertadores é diferente. Para pior, convenhamos, se o critério for esse.

O segundo tempo, no entanto, começou promissor, com defesa de Weverton aos 2 minutos e de Éverson aos 3, em arremates de Hulk e de Rony.

Melhor ainda ficou, em seguida, aos 7, quando Jair pôs a bola na cabeça de Vargas e o chileno fez 1 a 0, ao ganhar de Marcos Rocha pelo alto.

O Palmeiras passava a precisar de um gol para ir à final.

Nacho Fernández deu o segundo gol para Vargas que, miseravelmente, desperdiçou, daqueles gols para matar o jogo ou permitir ao adversário a sobrevivência.

Que quase veio completamente quando Weverton saiu da área e lançou Rony — que também perdeu gol imperdível.

Aos 20', Rony saiu para Gabriel Veron jogar.

E na primeira bola que o garoto pegou, ganhou no corpo de Nathan Silva e foi ao fundo para dar com açúcar para Dudu empatar: 1 a 1.

Abel Ferreira acabava de deixar de ser uma besta para virar bestial.

O Palmeiras se classificava em busca do tricampeonato continental.

Marcos Rocha se machucou e Gabriel Menino foi para o jogo, aos 30'.

O jogo ficava dramático e Jair saiu para Savarino jogar, aos 33'.

Zé Rafael e Wesley no jogo, nos lugares de Dudu e Raphael Veiga para fechar tudo e ainda explorar a velocidade Wesley.

Psicologicamente o Palmeiras estava mais forte quando Sasha substituiu Zaracho, aos 38'.

"Eu acredito, eu acredito", a Massa rezava a plenos pulmões e era bom que acreditasse, principalmente para Vargas e Nathan, certamente crucificados caso a vitória não viesse.

Nacho foi embora e Réver entrou para buscar uma cabeçada salvadora porque o desespero era amplo, geral e irrestrito.

Cuca, derrotado por Abel Ferreira na final da Libertadores passada, haverá de querer esquecer o português. Quem sabe estude grego.

O pragmatismo ganhou do "vamos que vamos".

Quem contava com o ovo antes da galinha, vai comê-lo frito.

Palmeiras e Flamengo? Ou Palmeiras e Barcelona?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/