A dramática situação do Santos
Andrés Rueda, o presidente do Santos, é honesto, competente e tem feito questão de pagar em dia elenco e funcionários. Para cumprir a folha de julho, e manter o clube vivo, teve que recorrer a um funding e emprestar 18 milhões de reais. Não há dinheiro para honrar agosto.
A cada semana, aparecem de duas a três dívidas novas contraídas por gestões passadas, o que impossibilita qualquer planejamento financeiro.
A gestão conseguiu renegociar débitos vultosos, diminuindo valores e alongando prazos, mas não entrará dinheiro até o final do ano e dívidas desconhecidas formam a tempestade perfeita.
Para piorar, o elenco é fraquíssimo, o pior em pelo menos 20 anos (de 85 ao início de 2000 a coisa foi tenebrosa), e o primeiro rebaixamento é possibilidade real.
O Santos vive hoje as dores de uma herança deixada por Odílio Rodrigues, Modesto Roma Júnior e pelo tresloucado José Carlos Peres.
Só um milagre, e o clube tem intimidade com ele, pode salvar.
A base, tão decantada por quem desconhece o cotidiano santista, dá vexame em todas as divisões.
Não conseguiu se classificar para a segunda fase das competições em nenhuma faixa etária.
O sub 20, por exemplo, ostenta uma vergonhosa lanterna no Campeonato Brasileiro.
Ou seja, a fonte secou.
E pela falta de dinheiro, e provincianismo, pode ser que apelem ao treinador Marcelo Fernandes, o simplório Presuntinho.
Aí, o pesadelo da Série B será contratado sem apelação.
O Santos corre o risco de terminar o primeiro turno superado por três times que estão abaixo dele (Juventude, São Paulo e Grêmio), cair para o 16º lugar, o anterior à zona do rebaixamento, e apenas um ponto à frente do América caso o time mineiro ganhe o jogo que lhe falta.
A situação é dramática e Rueda não é milagreiro.
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