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Blog do Juca Kfouri

A dramática situação do Santos

Juca Kfouri

06/09/2021 11h56

Andrés Rueda, o presidente do Santos, é honesto, competente e tem feito questão de pagar em dia elenco e funcionários. Para cumprir a folha de julho, e manter o clube vivo, teve que recorrer a um funding e emprestar 18 milhões de reais. Não há dinheiro para honrar agosto.

Rueda

A cada semana, aparecem de duas a três dívidas novas contraídas por gestões passadas, o que impossibilita qualquer planejamento financeiro.

A gestão conseguiu renegociar débitos vultosos, diminuindo valores e alongando prazos, mas não entrará dinheiro até o final do ano e dívidas desconhecidas formam a tempestade perfeita.

Para piorar, o elenco é fraquíssimo, o pior em pelo menos 20 anos (de 85 ao início de 2000 a coisa foi tenebrosa), e o primeiro rebaixamento é possibilidade real.

Rodrigues

O Santos vive hoje as dores de uma herança deixada por Odílio Rodrigues, Modesto Roma Júnior e pelo tresloucado José Carlos Peres.

Peres e Roma

Só um milagre, e o clube tem intimidade com ele, pode salvar.

A base, tão decantada por quem desconhece o cotidiano santista, dá vexame em todas as divisões.

Não conseguiu se classificar para a segunda fase das competições em nenhuma faixa etária.

O sub 20, por exemplo, ostenta uma vergonhosa lanterna no Campeonato Brasileiro.

Ou seja, a fonte secou.

E pela falta de dinheiro, e provincianismo, pode ser que apelem ao treinador Marcelo Fernandes, o simplório Presuntinho.

Aí, o pesadelo da Série B será contratado sem apelação.

O Santos corre o risco de terminar o primeiro turno superado por três times que estão abaixo dele (Juventude, São Paulo e Grêmio), cair para o 16º lugar, o anterior à zona do rebaixamento, e apenas um ponto à frente do América caso o time mineiro ganhe o jogo que lhe falta.

A situação é dramática e Rueda não é milagreiro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/