Topo

Blog do Juca Kfouri

Neve, Neymar e Mbappé 3, Bayern 2

Juca Kfouri

07/04/2021 17h53

No primeiro minuto, sob forte nevasca, o Bayern desceu pela esquerda e Navas fez grande defesa, a escanteio.

No segundo, na cobrança do escanteio, cabeçada no travessão do PSG.

No terceiro, Neymar arrancou com a bola na intermediária alemã, ameaçou chutar na entrada da área e deu com neve para Mbappé arrematar forte em cima de Neuer que, traído pelo gelo, viu a bola escorregar entre suas pernas e entrar: 1 a 0!

Sem Lewandowski, o Bayern, em Munique, tinha uma montanha escorregadia para escalar.

E escalou criando chances consecutivas até que, aos 12', Neymar lançou Mbappé novamente, ele divide com o zagueiro, a bola sobra para Draxler fazer 2 a 0. Mas, por milímetros, Mbappé estava impedido.

O repeteco da final da Champions passada se limitava a ataque alemão contra defesa francesa, onde o costa-riquenho Navas brilhava e o brasileiro Marquinhos se desdobrava.

Só que o PSG era permanentemente perigoso nos contra-ataques.

E, aos 28', Neymar fez lançamento espetacular para o capitão Marquinhos ampliar: 2 a 0.

No minuto seguinte, Marquinhos se machucou e deu lugar a Herrera, uma pena.

Dezenove jogos de invencibilidade do BM na Champions estavam indo para o espaço, mas, você sabe, se há um povo que não desiste nunca é o alemão.

E ainda aos 30', Davies substituiu Goretzka, lesionado.

Oito minutos depois a pressão bávara, enfim, deu certo, com o camaronês Choupo-Moting, ex-PSG, que já havia cabeceado no travessão, diminuindo também de cabeça, em cruzamento do francês Pavard.

Ainda aos 41', Boateng no jogo, no lugar de Süle, também machucado.

O segundo tempo estava previsto para ser tão quente que alagaria o gramado nevado.

Diallo não voltou, machucado, com Bakker em seu lugar.

Os alemães retornaram famintos, mas os franceses também não estavam para brincadeira e a primeira grande chance da etapa final foi evitada por Neuer em chute cara a cara de Neymar, aos 50'.

Nos dois minutos seguintes Navas evitou o empate por duas vezes.

Piscou, dançou.

E a zaga francesa piscou em cruzamento de Kimmich que Müller, aos 60', aproveitou para cabecear e empatar: 2 a 2. Era justo!

Se Lewandowski fazia falta no ataque alemão, Marquinhos também fazia na defesa francesa.

Só que Mbappé é Mbappé.

Aos 68', ele recebeu de Di Maria no contra-ataque e entre dois zagueiros fez 3 a 2, porque eficácia é sinônimo do jovem atacante francês.

Quatro chutes franceses entre as traves alemães entraram três vezes. Quer mais?

Embora com muito mais posse de bola, 60%, muitas finalizações a mais, 27', 14 escanteios a favor, e Navas como barreira, o Bayern só pode se queixar da ausência de seu artilheiro polonês, porque foi menos eficaz que o PSG.

Pode virar em Paris na terça-feira que vem? Pode, é claro.

Mas seguirá sem Lewandowski.

Alaba teve a chance do 3 a 3, aos 85', mas chutou rente à trave.

Müller, aos 86', também, igual que nem.

Aos 90', Neymar saiu e Rafinha o substituiu.

E fim de papo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/