Neve, Neymar e Mbappé 3, Bayern 2
No primeiro minuto, sob forte nevasca, o Bayern desceu pela esquerda e Navas fez grande defesa, a escanteio.
No segundo, na cobrança do escanteio, cabeçada no travessão do PSG.
No terceiro, Neymar arrancou com a bola na intermediária alemã, ameaçou chutar na entrada da área e deu com neve para Mbappé arrematar forte em cima de Neuer que, traído pelo gelo, viu a bola escorregar entre suas pernas e entrar: 1 a 0!
Sem Lewandowski, o Bayern, em Munique, tinha uma montanha escorregadia para escalar.
E escalou criando chances consecutivas até que, aos 12', Neymar lançou Mbappé novamente, ele divide com o zagueiro, a bola sobra para Draxler fazer 2 a 0. Mas, por milímetros, Mbappé estava impedido.
O repeteco da final da Champions passada se limitava a ataque alemão contra defesa francesa, onde o costa-riquenho Navas brilhava e o brasileiro Marquinhos se desdobrava.
Só que o PSG era permanentemente perigoso nos contra-ataques.
E, aos 28', Neymar fez lançamento espetacular para o capitão Marquinhos ampliar: 2 a 0.
No minuto seguinte, Marquinhos se machucou e deu lugar a Herrera, uma pena.
Dezenove jogos de invencibilidade do BM na Champions estavam indo para o espaço, mas, você sabe, se há um povo que não desiste nunca é o alemão.
E ainda aos 30', Davies substituiu Goretzka, lesionado.
Oito minutos depois a pressão bávara, enfim, deu certo, com o camaronês Choupo-Moting, ex-PSG, que já havia cabeceado no travessão, diminuindo também de cabeça, em cruzamento do francês Pavard.
Ainda aos 41', Boateng no jogo, no lugar de Süle, também machucado.
O segundo tempo estava previsto para ser tão quente que alagaria o gramado nevado.
Diallo não voltou, machucado, com Bakker em seu lugar.
Os alemães retornaram famintos, mas os franceses também não estavam para brincadeira e a primeira grande chance da etapa final foi evitada por Neuer em chute cara a cara de Neymar, aos 50'.
Nos dois minutos seguintes Navas evitou o empate por duas vezes.
Piscou, dançou.
E a zaga francesa piscou em cruzamento de Kimmich que Müller, aos 60', aproveitou para cabecear e empatar: 2 a 2. Era justo!
Se Lewandowski fazia falta no ataque alemão, Marquinhos também fazia na defesa francesa.
Só que Mbappé é Mbappé.
Aos 68', ele recebeu de Di Maria no contra-ataque e entre dois zagueiros fez 3 a 2, porque eficácia é sinônimo do jovem atacante francês.
Quatro chutes franceses entre as traves alemães entraram três vezes. Quer mais?
Embora com muito mais posse de bola, 60%, muitas finalizações a mais, 27', 14 escanteios a favor, e Navas como barreira, o Bayern só pode se queixar da ausência de seu artilheiro polonês, porque foi menos eficaz que o PSG.
Pode virar em Paris na terça-feira que vem? Pode, é claro.
Mas seguirá sem Lewandowski.
Alaba teve a chance do 3 a 3, aos 85', mas chutou rente à trave.
Müller, aos 86', também, igual que nem.
Aos 90', Neymar saiu e Rafinha o substituiu.
E fim de papo.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/