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Blog do Juca Kfouri

Independiente del Valle valeu mais que o Grêmio

Juca Kfouri

14/04/2021 21h06

Que o Independiente del Valle não é um time qualquer nós, brasileiros, sabemos não é de hoje.

E os gremistas já haviam tido a confirmação disso no jogo de ida, quando saíram na frente e levaram a virada no 2 a 1, em Assunção, no Paraguai, e não na altitude de Quito, no Equador, como estava previsto.

Hoje o primeiro tempo não foi muito diferente, com o Grêmio melhor, um belo gol de Jean Pyerre aos 22 minutos e muita participação do meia gremista, dois gols imperdoavelmente perdidos pelo veterano Maicon e pelo jovem Ferreirinha, até que, nos acréscimos, Ortiz sofreu e bateu falta com perfeição para empatar 1 a 1. Falta de Cortez, absolutamente desnecessária, registre-se.

O Grêmio teria de gramar para se classificar no segundo tempo.

Diferentemente do que fez o Grêmio na capital paraguaia, o Del Valle não tratou de segurar a vantagem em Porto Alegre e, mesmo que sem pressa, cutucou. Nos primeiros cinco minutos criou duas chances de gol e quem precisava de gols eram os brasileiros.

Aos 55', Pepê no lugar de Alísson para acordar o Tricolor.

Então, Diego Souza perdeu outro gol incrível de cavadinha, embora, ao menos tenha despertado o Grêmio.

Mas, aos 62', Maicon levou o segundo amarelo e deixou o time com dez.

Miséria pouca é bobagem, diziam nossos avôs.

O Grêmio precisava de um gol para levar a classificação à marca do pênalti e corria mais o risco de sofrer o 2 a 1.

Não deu outra.

Faravelli, o algoz do jogo de ida, lançou Ortiz de cavadinha e o atacante matou no peito na marca do pênalti e fez belíssimo gol: 2 a 1!

O Imortal precisava de três gols e estava…liquidado.

Faravelli e Ortiz entravam para a história do Grêmio pela porta dos fundos.

Brenno evitava uma goleada, com defesas importantes.

Renato Portaluppi, convalescendo da gripezinha minimizada por seu líder, a tudo via de casa, depois de cansar de não usar máscara à beira do gramado.

Já o espanhol Miguel Ángel Ramirez, que deixou o Del Valle para dirigir o Inter, sentia um certo sabor de revanche pelo Gre-Nal perdido nos últimos minutos.

A vida é dura. O sonho gremista do tetra continental fica para o ano que vem.

Santistas e são-paulinos o mantêm.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/