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Blog do Juca Kfouri

Timão prepara o peito para a faixa

Juca Kfouri

11/11/2017 20h52

Se a previsão de sofrimento corintiano não se cumpriu totalmente no primeiro tempo em Itaquera, porque o Avaí chutou apenas uma bola no gol do menino Caíque, e já nos acréscimos, a ansiedade pelo gol se fez presente e o gol propriamente dito não deu nem o ar de que poderia acontecer.


Com Kazim como centroavante no lugar do suspenso Jô, as chances não apareciam.

E o Corinthians insistiu em elevar bolas na área para a festa da defesa do Avaí que, diga-se, com Maicon atropelando Clayson, fez um pênalti não marcado pelo assoprador de apito.

 Ao contrário, ele marcou falta do corintiano. E é do quadro da Fifa…

O líder errou muitos passes, com destaques positivos apenas para luta incessante de Romero.

Balbuena recebeu o terceiro cartão amarelo e não enfrentará o Fluminense.

Como é habitual, a maior posse de bola do Corinthians, 65%, não significou perigo para os visitantes que vieram em busca de um ponto e de uma bola.

Para o segundo tempo o Corinthians voltou com Jadson no lugar de Camacho, em busca de criar mais. 


E logo aos 3  minutos, Guilherme Arana, enfim, acertou um cruzamento que Kazim escorou no peito para fazer 1 a 0 e seu primeiro gol, sim, seu primeiro gol no Brasileirão.

Quando é para ser, é para ser. 

Walter pega pênalti em seu primeiro jogo no campeonato, Giovanni Augusto faz seu gol número 1, Kazim desencanta…

O Corinthians fazia sua parte, abria 11 pontos sobre o Grêmio e o obrigava a vencer o Vitória amanhã, em Caxias do Sul, para impedir que o Brasileirão possa ter seu campeão já na quarta-feira.

O peito do turco preparou o de seus companheiros para a faixa do heptacampeonato sem asteriscos, revisionismos da história ou demagogia por motivos políticos da CBF.

Aliás, nunca houve uma faixa de heptacampeão no Brasileirão, porque o Santos passou de bi para octocampeão e o Palmeiras de tetra também para octo por decreto de Ricardo Teixeira.

Maycon entrou aos 22' no lugar de Rodriguinho, mais uma vez muito mal, diante de mais de 43 mil torcedores na festiva Arena Corinthians.


Clayson teve de sair com cãibras e Marquinhos Gabriel entrou, aos 32', quando o Avaí tentava pressionar e o Corinthians dava mole, com Caíque sendo obrigado a trabalhar — e bem.

Sim, de repente, tinha um certo sofrimento.

Jadson deu o segundo gol para Gabriel, mas ele desperdiçou.

A Fiel cantava o hino, fazia festa, se preparava para a apoteose do título e já entoava o grito de "é campeão".

Quando?

É a única dúvida que permanece.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/