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Blog do Juca Kfouri

O líder voltou

Juca Kfouri

05/11/2017 18h57

Não fosse por duas defesas espetaculares de Fernando Prass, o melhor primeiro tempo do Brasileirão 2017 teria terminado 5 a 1 para o Corinthians, diante de mais de 46 mil torcedores.

Em chutes de Rodriguinho e de Jô, o goleiro do Palmeiras evitou o 1 a 0 logo aos 6 minutos e o 2 a 0 logo depois que Romero, jogando muito, mas em milimétrico impedimento, abriu o placar, aos 28.


Dois minutos depois, foi a vez de Balbuena ampliar para 2 a 0, uma vantagem que corintiano algum sonharia.


Então, o Palmeiras acordou e pressionou até que Mina, aos 35,  diminuiu de cabeça, para botar mais lenha na fogueira do Dérbi que o Alvinegro jogava como se fosse mesmo a decisão do campeonato.

A tal ponto que não se assustou e viu Jô sofrer pênalti de Edu Dracena para ele mesmo fazer 3 a 1 e se igualar a Henrique Dourado na artilharia com 16 gols.


O Corinthians levava para o intervalo uma vantagem semelhante a que teve no primeiro turno, quando, como se viu no segundo, não significou muito.

Mas mantinha seis pontos à frente do Santos e oito do Palmeiras.

E o segundo tempo prometia.

O Palmeiras voltou com Roger Guedes no lugar de Keno, estranhamente sumido.

Clayson cruzava bolas com muito mais correção que Jadson, prova de que Fábio Carille acertou.

E o Corinthians se aproveitava da Avenida Egídio, pela direita de seu ataque.

Romero, acredite, estava infernal.

Nervosos, os jogadores alviverdes começaram a querer ganhar no grito.

Guerra foi para o jogo no lugar de Bruno Henrique, aos 21 e Maycon entrou no lugar de Gabriel, amarelado.

O Palmeiras jogava melhor e Moisés fez um golaço, aos 22, aproveitando um desvio de bola infeliz de Pablo.

Em seguida, Prass salvou o quarto gol, em chute de Romero.

Tinha jogo, muito jogo pela frente e não só o empate, mas até mesmo uma virada não estava fora de cogitação, num jogaço.

O Palmeiras seguia no comando do jogo em busca do empate no 30° minuto, mas esbarrava no ônibus alvinegro, reforçado, aos 37,  por Fellipe Bastos no lugar de Camacho, 

Clayson não suportou o ritmo do clássico e saiu aos 39, para entrada de Jadson, enquanto Deyverson entrou no lugar de Tchê Tchê. 

Alberto Valentim, corretamente, tentava de tudo, porque o Palmeira perdia até a terceira colocação para o Grêmio que vencia o Flamengo por 3 a 1 e ficava também a oito pontos do líder que defendia sua vitória com unhas e dentes.

O empate até seria mais justo, principalmente pelo primeiro gol irregular do Timão.

E a arbitragem deu cinco minutos de acréscimos, para aumentar o drama.

Período em que Deyverson foi expulso ao soltar o cotovelo em Fellipe Bastos.

Mas, a exemplo do que fez em todo o primeiro turno, o líder soube segurar a vitória, numa vitória que lhe devolve a confiança perdida.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/