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Blog do Juca Kfouri

Jogo nota 3 em Wembley

Juca Kfouri

14/11/2017 19h53

Tite deve ter se lembrado dele mesmo no primeiro tempo em Wembley.

Porque a Inglaterra, sem sete titulares, jogou como jogava o Corinthians de 2011: todo fechado atrás à espera de uma bola para fazer o gol.

E como os adversários do, então, pentacampeão brasileiro, a Seleção Brasileira não soube como furar o bloqueio inglês.

Tanto que não chutou uma bola dentro das três traves.

Verdade que a Inglaterra jogou com três zagueiros, coisa que o Corinthians não usava, mas o time amarelo não explorava as laterais e fazia um jogo chato de se ver.

Só no primeiro minuto do segundo tempo o Brasil criou uma verdadeira chance de gol numa enfiada de bola de bola de Neymar para Coutinho, bem evitada pelo goleiro Joe Hart, um dos quatro titulares do English Team.

Tite tentava abrir o bloqueio montada por Gareth Southgate, mas todos os portões estavam fechados, não apenas o do sul.

A Inglaterra também não conseguia armar um contra-ataque sequer.

O jogo chegava a uma hora de duração sem nada que fosse digno de menção.

Para os ingleses que empataram com a Alemanha sem gols no sábado, também em Wembley, repetir o placar outra vez com um time jovem estava de bom tamanho.

Quando o jogo chegou aos 22 minutos do segundo tempo, Tite resolveu mexer e pôs Willian e Fernandinho nos lugares de Philippe Coutinho e Renato Augusto.

Neymar excessivamente individualista não soltava a bola e dificultava os ataques brasileiros e Tite testemunhava a dificuldade em enfrentar um time europeu, mesmo sem ser o titular de uma seleção pouco apostada com vistas à Copa do Mundo.

Mas Tite queria vencer e trocou Gabriel Jesus por Roberto Firmino, aos 30, quando Fernandinho arrancou do meio de campo e chutou para tirar tinta da trave.

O jogo se aproximava do fim sem melhorar.

Certamente com valor para observações de Tite e para um choque de realidade na Seleção que manda na América do Sul, mas, por enquanto só nela.

Para o torcedor foi chato, muito chato, e não pelo 0 a 0, mas pela falta de emoções, apesar de Hart ter evitado, aos 39, um gol de Paulinho, em novo passe de Neymar.

Alisson também teve de trabalhar, aos 43.

Nas placas do estádio londrino, com mais de 84 mil torcedores, apareceram placas de um café Três Corações.

Deu uma saudade do Pelé…

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/