Estão usando a Democracia Corinthiana indevidamente
Que o Corinthians precisa de quem se oponha à atual situação é fora de dúvida.
Mas há uma chapa, autodenominada "Democracia Corinthiana Participativa" que revela seu caráter equivalente ao dos situacionistas, porque usa uma marca histórica que não pode se prestar às jogadas eleitoreiras desse tipo.
Ainda mais que a chapa é comandada por dois mitômanos, o ex-delegado Romeu Tuma Júnior e seu companheiro Ilmar Schiavenato.
Pior: o primeiro, ainda quando policial, foi denunciado por ter relações nada republicanas com contrabandista chinês que controlava os produtos piratas na rua 25 de Março, em São Paulo.
O segundo teve sua candidatura à presidência do Corinthians, dois anos atrás, impugnada por falsificação de assinaturas.
Não bastasse, o simples fato de a chapa usar o nome da Democracia Corinthiana com a palavra "participativa" dá a medida de como ambos não fazem a menor ideia do que seja democracia.
Existe alguma democracia de verdade que não seja participativa?
Lamentável que estejam usando, e que ele se deixe usar, um dos símbolos da verdadeira Democracia Corinthiana do começo dos anos 1980, o então lateral-esquerdo Wladimir.
Para se ter uma ideia, o homem de marketing da campanha é chamado, nas alamedas do Parque São Jorge, de "171 do Vale do Paraíba".
Enquanto os clubes brasileiros não se transformarem em sociedades anônimas veremos esse tipo de gente tentar chegar ao poder.
Pela situação, fala-se em André Negão, conhecido como ex-bicheiro, ou em Andrés Sanchez, denunciado pela Operação Lava Jato, além de diversos inquéritos que correm no STF por ele ser deputado e ter direito ao absurdo foro privilegiado.
Ou seja, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
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