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Blog do Juca Kfouri

Vasco vira em clássico empolgante

Juca Kfouri

27/05/2017 16h54

O Fluminense acordou, tomou café da manhã, almoçou, foi para São Januário enfrentar o Vasco e, no primeiro tempo, voltou a dormir.

Só o Vasco quis jogar e apesar de longe de agradar, ao menos abriu o placar, quando Yago Pikachu pôs a bola na cabeça de Luís Fabiano e o Fabuloso fez 1 a 0, aos 26.


Nem assim o Fluminense se tocou.

Precisou que Paulão lhe desse um escanteio de graça numa furada bizarra para que Nogueira subisse e cabeceasse no travessão, na única bola perigosa tricolor.

Imagine a bronca de Abel Braga no intervalo.

Não deve ter sido pouca, porque o Tricolor voltou outro, tomou as rédeas do clássico e num lance de braço na bola de Jean, aos 13,  Henrique Dourado empatou de pênalti.

Nenê foi chamado para o lugar de Pikachu, mas não deu sorte.


Porque quatro minutos depois, Gilberto derrubou Richarlyson na área e Henrique Dourado virou o jogo, ao bater outra vez no lado oposto do goleiro Martin Silva.

O líder, acordado, seguia 100%.

Milton Mendes mudou mais, ao botar o colombiano Manga Escobar no lugar de Kelvin.


Nem o Vasco nem muito menos a torcida cruzmaltina desistiam porque, de fato, a virada havia sido surpreendente.

Tão surpreendente como o belíssimo gol de Manga, aos 30, depois de um drible seco e um chute cruzado, rasteiro, mortal, na bochecha da rede, indefensável.

De morno nos primeiros 45 minutos, o clássico estava quente, quentíssimo.

O empate era justo, mas indesejado pelos dois times.

E, diga-se, coisa rara, com uma arbitragem perfeita Rafael Klaus.

Diante de mais de 20 mil torcedores, Marcos Junior e Muriqui entraram no Flu e no Vasco, aos 36, nos lugares de Douglas e Mateus Vital.

Gustavo Scarpa saiu dois minutos depois para entrada de Marquinho.

Definitivamente, ninguém estava feliz com o empate, a não ser os torcedores de outros times que viam um bom segundo tempo, alentador, principalmente para o Vasco, capaz de jogar de igual para igual como havia tempo não fazia contra o Flu.

Richarlison, esgotado, saiu aos 44 e Maranhão entrou.

No seu primeiro lance, Maranhão quase desempatou.

O fim do jogo foi daqueles de ver com o coração na mão.

Ninguém merecia o castigo de uma derrota.

Mas Nenê, aos 48, recebeu de Manga e fuzilou cruzado para dar uma vitória colossal para o Vasco.

Milton Mendes trouxe nova vida ao Vasco.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/