Caso Victor Ramos: o Inter em maus lençóis. O auditor telefona para o blog...
O auditor do STJD, indicado pela CBF, Mauro Marcelo de Lima e Silva, acusou como falsos e-mails usados pelo Inter no caso Victor Ramos, do Vitória.
Mauro Marcelo é homem de confiança do presidente da CBF e presidiu o TJD paulista quando o Marco Polo que não viaja era presidente da FPF.
É delegado de polícia e como tal, titular da 23ª DP em São Paulo, comandou o inquérito que não deu em nada sobre o caso do gás jogado no vestiário do São Paulo, na partida de volta das semifinais do campeonato estadual de 2008, no Parque Antarctica, contra o Palmeiras.
Mauro Marcelo, fundador da ONG "Muda Palmeiras", não se considerou impedido para comandar o inquérito que acabou, um ano depois, arquivado por "falta de vítimas", embora o técnico Muricy Ramalho tenha sido fortemente afetado pelo gás e até as paredes do estádio saibam quem foi o palmeirense autor da façanha.
O delegado presidiu, também, entre 2004 e 2005, por 367 dias, a Agência Brasileira de Informações (ABIN) durante o primeiro mandato do governo Lula, indicado pelo então chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Foi demitido por ter chamado os membros da CPI dos Correios de "bestas-feras num picadeiro".
O Inter está em maus lençóis, nas mãos de profissionais…
ATUALIZAÇÃO À 1h do dia 31/3: Mauro Marcelo telefonou ao blog para dizer que esteve no TJD paulista, e está no STJD, por "razões técnicas", assim como foi convidado para a ABIN pelos mesmos motivos, sem jamais ter sido petista.
Disse ainda que não entendeu se a nota do blog "o elogia ou o critica", mas que "o incomodou".
Ouviu que a nota não faz nem uma coisa, nem outra. Apenas relata de quem se trata.
Mauro Marcelo lembrou que o caso do gás é "muito antigo" e que embora o inquérito tenha mostrado que o ato foi praticado por torcedores palmeirenses tornou-se "impossível identificar os culpados".
Contou que condenou o jogador Dudu do Palmeiras, seu clube de coração, e que por causa disso "Paulo Nobre nunca mais falou comigo".
Acrescentou que as perícias confirmam adulteração nos e-mails utilizados pelo Inter, "o que não quer dizer que tenha sido feito pelo clube", que "o inquérito deve se transformar num processo a ser julgado pelo pleno da STJD", do qual faz parte, "razão pela qual não fiz nenhuma declaração a respeito, pois se o fizesse teria que me dar por impedido num eventual julgamento".
Disse, também, que não é amigo de Marco Polo Del Nero, que nunca foi à casa dele, "nem sei onde ele mora" e que aceitou ser auditor do STJD "para moralizá-lo".
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/