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Blog do Juca Kfouri

Caso Victor Ramos: o Inter em maus lençóis. O auditor telefona para o blog...

Juca Kfouri

30/03/2017 23h01

O auditor do STJD, indicado pela CBF, Mauro Marcelo de Lima e Silva, acusou como falsos e-mails usados pelo Inter no caso Victor Ramos, do Vitória.

Mauro Marcelo é homem de confiança do presidente da CBF e presidiu o TJD paulista quando o Marco Polo que não viaja era presidente da FPF.

É delegado de polícia e como tal, titular da 23ª DP em São Paulo, comandou o inquérito que não deu em nada sobre o caso do gás jogado no vestiário do São Paulo, na partida de volta das semifinais do campeonato estadual de 2008, no Parque Antarctica, contra o Palmeiras.

Mauro Marcelo, fundador da ONG "Muda Palmeiras", não se considerou impedido para comandar o inquérito que acabou, um ano depois, arquivado por "falta de vítimas", embora o técnico Muricy Ramalho tenha sido fortemente afetado pelo gás e até as paredes do estádio saibam quem foi o palmeirense autor da façanha.

O delegado presidiu, também,  entre 2004 e 2005, por 367 dias, a Agência Brasileira de Informações (ABIN) durante o primeiro mandato do governo Lula, indicado pelo então chefe da Casa Civil, José Dirceu.

Foi demitido por ter chamado os membros da CPI dos Correios de "bestas-feras num picadeiro".

O Inter está em maus lençóis, nas mãos de profissionais…

ATUALIZAÇÃO À 1h do dia 31/3: Mauro Marcelo telefonou ao blog para dizer que esteve no TJD paulista, e está no STJD, por "razões técnicas", assim como foi convidado para a ABIN pelos mesmos motivos, sem jamais ter sido petista.

Disse ainda que não entendeu se a nota do blog "o elogia ou o critica", mas que "o incomodou".

Ouviu que a nota não faz nem uma coisa, nem outra. Apenas relata de quem se trata.

Mauro Marcelo lembrou que o caso do gás é "muito antigo" e que embora o inquérito tenha mostrado que o ato foi praticado por torcedores palmeirenses tornou-se "impossível identificar os culpados".

Contou que condenou o jogador Dudu do Palmeiras, seu clube de coração, e que por causa disso "Paulo Nobre nunca mais falou comigo".

Acrescentou que as perícias confirmam adulteração nos e-mails utilizados pelo Inter, "o que não quer dizer que tenha sido feito pelo clube", que "o inquérito deve se transformar num processo a ser julgado pelo pleno da STJD", do qual faz parte, "razão pela qual não fiz nenhuma declaração a respeito, pois se o fizesse teria que me dar por impedido num eventual julgamento".

Disse, também, que não é amigo de Marco Polo Del Nero, que nunca foi à casa dele, "nem sei onde ele mora" e que aceitou ser auditor do STJD "para moralizá-lo".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/