Mustafá Contursi é acusado de falsidade no Palmeiras
De Mustafá Contursi já se disse de tudo.
Presidente do Palmeiras entre 1993 e 2005, era acusado pelos seus adversários de ganhar eleições com cédulas previamente depositadas nas urnas.
Foi preciso usar urnas eletrônicas para derrotá-lo, mas jamais alguém provou que, de fato, ele as batizava quando o voto era em papel.
Contursi hoje preside o Sindafebol, o sindicato das associações de futebol, o mesmo que, em 2011, sem licitação, recebeu 6 milhões de reais do ministério do Esporte para cadastrar as torcidas organizadas, projeto que jamais saiu do papel.
Mas ficou por isso mesmo.
Agora Contursi está envolvido em nova enrascada e é denunciado no Palmeiras por falsidade ideológica.
Ele garante ter concedido a Leila Pereira, dona da Crefisa que patrocina o clube e que quer ser presidente do Palmeiras, o título de sócia-benemérita em 1996, embora não haja nenhuma prova disso, razão pela qual ela não pode ser candidata ao Conselho Deliberativo na próxima eleição, em fevereiro, pois seu título de sócia é apenas de 2015.
São necessários três anos para poder votar e oito anos para poder se candidatar.
A própria empresária, em entrevista ao Diário de S.Paulo, reconheceu que não poderia ser candidata, embora tenha mudado o discurso e passado a repetir o que Contursi diz sobre a concessão do título de sócia que teria sido perdido na secretaria do Alviverde.
O último ato de Paulo Nobre como presidente palmeirense foi impugnar a candidatura da empresária, o que enfureceu Contursi e deixou o novo presidente, Maurício Galiotte entre três fogos: Nobre de um lado, Contursi do outro e Pereira, que completa o triângulo nada amoroso.
O que mais se ouve de conselheiros da turma de Nobre neste momento é que Mustafá Contursi jamais esteve em posição tão frágil no Palmeiras, porque não tem como provar o que diz.
Por outro lado, Contursi esbraveja indignado por ter sua palavra posta em dúvida.
Finalmente, Galiotte fica de saia justa entre o antecessor que acaba de sair e o apoiou, o velho cardeal acusado de mentir e a milionária que patrocina o clube, muda o discurso sobre sua situação de associada e ameaça sair se não for atendida em seus caprichos. A Crefisa bota 80 milhões de reais por ano no Palmeiras.
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