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Blog do Juca Kfouri

Grêmio fabuloso! Chapecoense na final!

Juca Kfouri

23/11/2016 22h49

O desavisado que tenha visto o primeiro tempo de Galo e Grêmio juraria que o jogo estava sendo disputado em Porto Alegre e não no Mineirão, com mais de 50 mil torcedores.

O tricolor gaúcho deu um banho de bola no alvinegro mineiro.

Foi para o intervalo com 1 a 0 no placar, graças a um golaço de Pedro Rocha que deixou Gabriel no chão com um drible seco depois de preciosa enfiada de bola de Maicon, aos 29.


Mas 1 a 0 foi pouco.

O próprio Pedro Rocha teve outras duas chances claras de gol, uma salva por Gabriel na linha fatal, outra por São Victor, que já havia defendido um chute venenoso de Douglas e visto Gabriel ainda evitar um arremate gremista com o peito que tinha endereço certo.

No lance em que Victor evitou o gol de Pedro Rocha, Douglas estava livre para ampliar, mas não recebeu a bola.

Já o Galo achou duas chances.

Uma mandada por cima por Robinho e a outra magistralmente defendida por Marcelo Grohe, em chute à queima-roupa de Júnior Urso, no fim dos 45 minutos iniciais.

Marcelo Oliveira deve ter lamentado muito não poder contar com Luan, substituído por Cazares.

Se o baixinho atleticano se desdobra no ataque e na marcação, vale por dois, o equatoriano deixou o Galo com 10, tão mal jogou, além de não marcar ninguém.

A supremacia gremista foi robusta, tanto no meio do campo quanto pelos lados do gramado, principalmente pela esquerda.

Renato Gaúcho deu ao time bem montado por Roger a alma gaúcha que faltava.

O Galo teria de se desdobrar para superar o rival no segundo tempo e voltou sem mexida.

No Grêmio ninguém jogava mal. No Galo, na linha, só Gabriel e Pratto se salvavam.


E, aos 10, num arranque sensacional, Pedro Rocha fez fila na defesa atleticana, deixou quatro para trás e fez 2 a 0.

Aos 13, enfim, Cazares foi sacado e Clayton entrou.

Tinha só um time com sangue nas veias: o do Grêmio.

É claro que em matéria de Copa do Brasil duvidar das viradas do Galo é um perigo, mas do jeito que as coisas estavam aos 15 minutos o pentacampeonato gremista estava mais que desenhado.

Já imaginou como estava um torcedor colorado?

O cruzeirense estava feliz, certamente, mesmo vendo o Grêmio perto de se tornar o maior vencedor da Copa do Braail.

E Inter e Cruzeiro se enfrentarão no fim de semana, em jogo que pode decretar a queda colorada.

O alento mineiro veio aos 20, quando Pedro Rocha foi expulso de campo, ao tomar o segundo cartão amarelo por falta desnecessária, depois de ter recebido o primeiro ao tirar a camisa para comemorar o segundo gol.

Pedro Rocha chorou. Com ele, a torcida tricolor, mas Renato o consolou e tirou Douglas, para botar Éverton.


Marcelo Oliveira pôs Hyuri e Marcos Rocha e tirou Júnior Urso e Maicosuel.

O Grêmio passou a se defender e praticamente a desistir de ampliar, o que parecia próximo 11 contra 11.

Depois de muita pressão, aos 36, Fábio Santos bateu escanteio (que deveria ter sido tiro de meta) pela esquerda e Gabriel pegou uma balaço de primeira, de sem pulo, para diminuir: 2 a 1.

Adivinhe?

"Eu acredito! Eu acredito!". O Galo ressurgia e, mesmo se não empatasse, iria vivo para Porto Alegre e, você sabe, não duvide do Galo.

Jaílson entrou e Ramiro saiu.

E não é que aos 45 Geromel saiu em contra-ataque pela direita e deu na medida para Éverton fazer 3 a 1?

Heroico, fabuloso Imortal!

Pode perder por um gol e será penta.


Enquanto isso, em Chapecó, a Chapecoense sofria para manter o 0 a 0 que o colocava na final da Copa Sul-Americana.

Depois de controlar o primeiro tempo, o time brasileiro viu o San Lorenzo mandar bola na trave e mandar no segundo tempo.

Só aos 22 minutos a Chape fez o goleiro argentino trabalhar.

No derradeiro minuto, com o pé, o goleiro Danilo garantiu o time catarinense na final da Copa Sul-Americana.

De matar!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/