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Blog do Juca Kfouri

Rio 2016: Anistia Internacional entregará 200 mil assinaturas e balanço sobre violações de direitos humanos na Secretaria de Segurança

Juca Kfouri

13/09/2016 17h38

Pessoas de mais de 20 países pediram uma política de segurança pública que respeite os direitos humanos

Homicídios cometidos pela polícia aumentaram 103% entre abril e junho na cidade do Rio


No próximo dia 15 de setembro, a Anistia Internacional entregará as mais de 200 mil assinaturas coletadas pela campanha "A violência não faz parte deste jogo" à Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Junto com as assinaturas, a Anistia Internacional também vai protocolar o documento "Um Legado de Violência", que aponta violações cometidas pelas forças de segurança no contexto da Rio 2016, como homicídios praticados pela polícia, repressão a protestos e a militarização da cidade.

A concentração da atividade terá início às 10h na Praça Duque de Caxias (em frente à Central do Brasil).

A campanha "A Violência não faz parte deste jogo" foi lançada pela Anistia Internacional em junho deste ano apontando para o risco de violações de direitos humanos no campo da segurança pública antes e durante a realização de um megaevento esportivo como a Olimpíada.

A organização alertou para o histórico de aumento de mortes decorrentes de intervenção policial no contexto de
megaeventos anteriores, como os Jogos Panamericanos (2007) e a Copa do Mundo (2014) e exigiu a adoção de medidas preventivas.

Os alertas, porém, foram ignorados e o padrão de abuso da força letal pelos agentes de segurança pública se repetiu na preparação e realização da Olimpíada Rio 2016.

Entre abril e junho, trimestre que antecedeu os Jogos Olímpicos, a cidade do Rio de Janeiro sofreu um aumento de 103% no número de homicídios cometido por policiais em serviço em comparação ao mesmo período de 2015.

Nas duas semanas de Olimpíada, entre 5 e 21 de agosto, pelo menos 8 pessoas morreram durante operações policiais e 92 tiroteios foram registrados na cidade do Rio de Janeiro. A repressão à manifestações e protestos foi outra violação de direitos por agentes do Estado durante os Jogos Olímpicos

Em pouco menos de três meses, a Anistia Internacional reuniu mais de 200 mil assinaturas , sendo cerca de 30 mil do Brasil, pedindo políticas de segurança pública que respeitem os direitos humanos.

Os apoiadores incluem cidadãos e cidadãs do Reino Unido, Espanha, Noruega, Holanda, Coréia do Sul, Japão, Argentina e Paraguai, entre outros países, que se mobilizaram para exigir medidas contra o uso excessivo e desnecessário da força pela polícia, além de garantias de investigação rápida e imparcial de violações e apoio psicológico a vítimas.

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/