Domingo de Palestras
Se você gosta de um jogo brigado, sem espaço para a criatividade e, por isso, tecnicamente pobre, você gostou do primeiro tempo do Dérbi paulista, sem gols e com apenas quatro momentos de sensação de que o zero poderia sair do placar, duas para cada lado na arena palmeirense, tomada só de alviverde. Eu não gostei.
Nem o Cuca, que já voltou para o segundo tempo com Cleiton Xavier, garantia de arte, no lugar de Roger Guedes.
Pois não é que, logo aos 2 minutos, Cleiton Xavier pegou um rebote de defesa de Walter em chute de Moisés e abriu o placar de cabeça?
Em seguida, quase Cristian empatou e, de novo em seguida, quase o Palmeiras ampliou.
Aí sim, não há quem não goste, porque, aos 10, Guilherme chutou na trave de Fernando Prass.
Tinha futebol, jogo aberto, veloz.
Tite tirou Guilherme e botou Danilo.
Cristian se machucou e entrou Maycon.
Aos 27, diante de público recorde na arena verde, 39.935 pagantes, Yago salvou o segundo gol palmeirense e o juiz não viu o escanteio.
O Palmeiras parecia mais perto de ampliar e mandava no clássico e, aos 35, André substituiu Luciano.
Sentindo que dava para ampliar, saiu Dudu e entrou Rafael Marques.
Tchê Tchê gastava a bola no Dérbi.
No fim, Bruno Henrique enfiou uma bola para a rede no que seria o gol de empate, num lance em que não ficou claro o que o árbitro apitou, mas os corintianos pouco reclamaram, no que pode ser uma pista do acerto do apito.
Ao rever o lance, duas coisas ficam claras: Felipe estava impedido e ainda cabeceou o braço de Prass.
O Palmeiras vencia a terceira seguida, assumia a vice-liderança isolada e se firmava no Brasileirão, enquanto o Corinthians caía para o quarto lugar e seguia sem vencer um jogo grande no campeonato.
Agora, se você gosta de um clássico disputado em alta voltagem, um gol para cada lado, o primeiro logo de cara, com Rafael Carioca batendo falta e desvio na barreira e o empate em seguida, em jogada de Arrascaeta pela direita e bela antecipação de Alisson para o toque fatal, além de um lance em que se Élber não tentasse um gol de placa encobrindo Victor, que defendeu com facilidade, teria virado o placar, você, como eu, gostou do primeiro tempo entre Galo e Cruzeiro.
E não é que logo aos 3 minutos do segundo tempo, em nova jogada de Arrascaeta, Riascos pegou o rebote de Victor e virou?
É claro, o Galo foi pra frente e o estreante Fred, aos 10, empatou, aproveitando um passe brilhante de Patric.
O tempo fechou no lance seguinte e Marcos Rocha e Bryan foram expulsos, um para cada lado.
No Horto com 19.484 pagantes, o Cruzeiro o fez tremer, porque Bruno Rodrigo fez o terceiro do Cruzeiro, em novo cruzamento de Arrascaeta, aos 20.
Que jogo!
Aos 34, o Cruzeiro ficou com nove, porque Lucas, sempre ele, foi expulso.
O Galo, então, encurralou o rival, que se defendeu bravamente.
O Galo poderia ter empatado. Mas não.
O Cruzeiro se encorpou.
Os dois grandes clássicos da rodada tiveram resultados justos e festas dos velhos e gloriosos Palestras.
Finalmente, com um golaço do He-Man, o Figueirense derrotou o Flamengo em Floripa, 1 a 0, diante de 10.948 pagantes.
É o Bandeira viu nos Estados Unidos, com os amigos da CBF.
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