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Blog do Juca Kfouri

Domingo de Palestras

Juca Kfouri

12/06/2016 17h54

Se você gosta de um jogo brigado, sem espaço para a criatividade e, por isso, tecnicamente pobre, você gostou do primeiro tempo do Dérbi paulista, sem gols e com apenas quatro momentos de sensação de que o zero poderia sair do placar, duas para cada lado na arena palmeirense, tomada só de alviverde. Eu não gostei.

Nem o Cuca, que já voltou para o segundo tempo com Cleiton Xavier, garantia de arte, no lugar de Roger Guedes.


Pois não é que, logo aos 2 minutos, Cleiton Xavier pegou um rebote de defesa de Walter em chute de Moisés e abriu o placar de cabeça?

Em seguida, quase Cristian empatou e, de novo em seguida, quase o Palmeiras ampliou.

Aí sim, não há quem não goste, porque, aos 10, Guilherme chutou na trave de Fernando Prass.

Tinha futebol, jogo aberto, veloz.

Tite tirou Guilherme e botou Danilo.

Cristian se machucou e entrou Maycon.

Aos 27, diante de  público recorde na arena verde, 39.935 pagantes, Yago salvou o segundo gol palmeirense e o juiz não viu o escanteio.

O Palmeiras parecia mais perto de ampliar e mandava no clássico e, aos 35, André substituiu Luciano.

Sentindo que dava para ampliar, saiu Dudu e entrou Rafael Marques.

Tchê Tchê gastava a bola no Dérbi.

No fim, Bruno Henrique enfiou uma bola para a rede no que seria o gol de empate, num lance em que não ficou claro o que o árbitro apitou, mas os corintianos pouco reclamaram, no que pode ser uma pista do acerto do apito.

Ao rever o lance, duas coisas ficam claras: Felipe estava impedido e ainda cabeceou o braço de Prass.

O Palmeiras vencia a terceira seguida, assumia a vice-liderança isolada e se firmava no Brasileirão, enquanto o Corinthians caía para o quarto lugar e seguia sem vencer um jogo grande no campeonato.

Agora, se você gosta de um clássico disputado em alta voltagem, um gol para cada lado, o primeiro logo de cara, com Rafael Carioca batendo falta e desvio na barreira e o empate em seguida, em jogada de Arrascaeta pela direita e bela antecipação de Alisson para o toque fatal, além de um lance em que se Élber não tentasse um gol de placa encobrindo Victor, que defendeu com facilidade, teria virado o placar, você, como eu, gostou do primeiro tempo entre Galo e Cruzeiro.


E não é que logo aos 3 minutos do segundo tempo, em nova jogada de Arrascaeta, Riascos pegou o rebote de Victor e virou?

É claro, o Galo foi pra frente e o estreante Fred, aos 10, empatou, aproveitando um passe brilhante de Patric.

O tempo fechou no lance seguinte e Marcos Rocha  e Bryan  foram expulsos, um para cada lado.

No Horto com 19.484 pagantes, o Cruzeiro o fez tremer, porque Bruno Rodrigo fez o terceiro do Cruzeiro, em novo cruzamento de Arrascaeta, aos 20.

Que jogo!

Aos 34, o Cruzeiro ficou com nove, porque Lucas, sempre ele, foi expulso.

O Galo, então, encurralou o rival, que se defendeu bravamente.

O Galo poderia ter empatado. Mas não.

O Cruzeiro se encorpou.

Os dois grandes clássicos da rodada tiveram resultados justos e festas dos velhos e gloriosos Palestras.


Finalmente, com um golaço do He-Man, o Figueirense derrotou o Flamengo em Floripa, 1 a 0, diante de 10.948 pagantes.

É o Bandeira viu nos Estados Unidos, com os amigos da CBF.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/