Ali, para sempre
Assim que acordo, tomo um soco na cara: morreu Muhammad Ali.
Não gosto de boxe, acho uma estupidez.
Mas nunca perdi uma luta dele.
Desde que se chamava Cassius Clay.
Porque não era um pugilista.
Enfrentou até os Estados Unidos para não ter que participar da infame guerra no Vietnã.
Por isso perdeu tudo que havia conquistado no ringue, mas ganhou o respeito do mundo.
Depois reconquistou de luvas o que a recusa da metralhadora lhe tomou.
Pense num cara marrento.
Num sujeito brilhante.
Audacioso, provocador, forte e sensível.
Pois pensou nele.
Pelé, Jordan, Muhammad.
Restaram dois deuses.
Ali fica como imenso vazio, tantas lições preencheu.
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