Romário responde a Renan
A tabelinha alagoana Renan$Collor funcionou mais uma vez pelas costas do país e Romário respondeu à altura:
Renan anula convocações da CPI da CBF,
Randolfe contesta e decisão vai para CCJ
Obstrução livra Del Nero e Teixeira, outra vez, do depoimento na CPI
BRASÍLIA (7) – O senador Renan Calheiros, presidente do Senado Federal, atendeu a questão de ordem do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e anulou, na sessão ordinária desta quinta-feira, no plenário do Senado, as decisões de véspera da CPI da CBF, que havia convocado para depor os ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero e o parceiro de negócios da entidade, o empresário Wagner Abrahão.
O presidente do PP alegava que as convocações foram aprovadas sem quórum e, assim, não podiam ser validadas.
O senador Randolfe Rodrigues, líder da REDE, contestou a decisão de Renan: "Presidente, ficou claro, na reunião de ontem, que o quórum foi alcançado. O que estava em curso era um claro movimento de obstrução por parte de alguns membros da CPI. A obstrução fracassou porque se alcançou o quórum e foram aprovados os requerimentos de convocação que lá estavam previstos", disse Randolfe, autor de cinco pedidos de oitiva aprovados.
A sessão recebeu a assinatura de seis senadores, mas só três estavam em plenário no momento da votação. Nem o relator, Romero Jucá (PMDB-RR), apareceu.
Renan reconheceu que o quórum foi verificado corretamente, mas determinou nova votação para garantir o contraditório: "Mando que se reproduza a votação para garantir o direito daqueles que divergem de verificar a presença dos senadores, para que não haja 'gol de mão'. Senão vamos banalizar a convocação de pessoas", disse o senador, mantendo a suspensão das convocações até que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) decida, na próxima quarta-feira (13), sobre a validade da reunião.
"O Direito não socorre aquele que dorme", lembrou Randolfe, sem citar o autor da questão de ordem, Ciro Nogueira, que estava ausente da sessão que ele tenta anular por alegada falta de quórum.
Outro ausente da CPI é o senador Fernando Collor (PTB-AL), que não participou de nenhuma de suas 24 sessões, embora seja membro titular da comissão.
O jornalista Juca Kfouri noticiou em seu blog, na manhã dessa quinta-feira, horas antes da suspensão de Renan, que "uma poderosa aliança Renan-Collor formou-se para melar a reunião da CPI DO Futebol".
Segundo o jornalista, a razão central seria um dos requerimentos de Randolfe, convocando o depoimento do alagoano Gustavo Dantas Feijó, vice-presidente da CBF para o Nordeste, prefeito pelo PDT do município de Boca da Mata, AL, e aliado político de Renan e Collor.
Nos documentos recebidos pela CPI existem provas de contribuição financeira da CBF para sua campanha a prefeito em 2012, que seriam ilegais porque não constam dos registros da Justiça Eleitoral. Segundo Kfouri, "o gabinete de Collor virou o QG da defesa de Feijó".
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) criticou a decisão de Renan, dizendo que ela abria "um precedente gravíssimo", que ameaça toda as CPIs e comissões permanentes do Senado Federal: "Se essa alegação for mantida, amanhã todo e qualquer requerimento será colocado sub judice", argumentou Caiado, apoiado pelos senadores Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Álvaro Dias (PV-PR). Diante da firme posição do plenário, Renan acabou optando pelo recurso à CCJ na próxima semana, antes da decisão final do plenário.
NOTA DO BLOG:
Técnicos do Senado mostraram a Renan Calheiros que havia jurisprudência na casa que respaldava a decisão da CPI.
Mas o lobista da CBF em Brasília, Vandenberg Machado (de cabelos brancos na foto) não aceitou e ordenou a Calheiros, presidente do Senado, que mantivesse a decisão.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/