Paz nos estádios? Morte nas ruas!
Segundo o sério pesquisador sobre violência de torcidas no Brasil, o sociólogo Maurício Murad, de 2010 para cá 113 pessoas morreram como resultado das brigas relacionadas a jogos de futebol.
Ele acusa, com dados, a minoria dos torcedores uniformizados, facções que habitam as organizações.
É fato que os conflitos nos estádios diminuíram, não a ponto de os tornarem seguros, mas os conflitos fora deles permanecem afugentando o torcedor comum dos clássicos.
Basta dizer que o Dérbi paulistano levou cerca de 10 mil torcedores a menos que o Fla-Flu no Pacaembu.
É mais uma pessoa foi assassinada, a 30 quilômetros do palco do jogo, além de mais de uma dezena de brigas em estações do metrô e nas imediações do estádio.
Três torcedores palmeirenses comuns, por exemplo, simplesmente porque estavam com as camisas de seu clube, foram agredidos por 27 uniformizados com uniformes corintianos ao saírem do Pacaembu.
Não há inteligência, prevenção, repressão especializada nem punição, embora o diagnóstico esteja pronto há 10 anos, no relatório de Marco Aurélio Klein, no ministério do Esporte, além de inúmeros trabalhos feitos em universidades do país, no Rio, em Campinas etc.
O relatório jaz numa gaveta de algum burocrata do ministério.
O gráfico abaixo foi publicado na "Folha de S.Paulo" e dá a medida da incompetência das autoridades.
Querer que um pai de família leve seu filho a um clássico, ou mesmo que ele próprio vá, não é mais ingenuidade, é irresponsabilidade.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/