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Blog do Juca Kfouri

CBF decide punir suborno, drogas ilícitas e falsificações

Juca Kfouri

22/02/2016 18h25

Um esboço do Código de Ética da CBF, disponível no site da entidade, prevê sanções a quem praticar alguns crimes já previstos no Código Penal brasileiro.

A medida, inusitada, está detalhada no documento.

Por exemplo, a entidade pretende coibir que dirigentes ou entidades ligadas ao futebol se envolvam em atos de suborno.

Também enfatiza que não se pode usar drogas psicoativas ilícitas ou ilegais nas dependências da confederação.

Mais adiante, é bem clara no veto à falsificação de documentos.

O Código de Ética, que ainda passa por ajustes antes de sua formalização, faz ainda um alerta: casos de assédio sexual ou moral têm de ser punidos.

A minuta é ampla e trata de várias situações.

No capítulo sobre suborno e corrupção, delibera que as pessoas vinculadas ao código não devem oferecer, prometer, dar ou aceitar "qualquer tipo de benefício pessoal ou econômico indevido, a fim de conseguir ou manter negócios ou qualquer outra vantagem indevida de qualquer pessoa da CBF ou fora desta. Tais atos estão proibidos …"

As sanções previstas no código são as de advertência, repreensão, multa, suspensão, demissão, proibição de acesso aos estádios, trabalho comunitário e impedimento de participação em qualquer evento relacionado a futebol.

A CBF vive envolvida em escândalos de corrupção há meses. Em maio do ano, passado, o então vice da entidade, José Maria Marin, foi preso na Suíça. O ex-presidente Ricardo Teixeira foi indiciado pela Justiça dos EUA também por crimes de corrupção. O mesmo ocorreu com o presidente licenciado, Marco Polo Del Nero.

As observações acima não são deste blogueiro, mas do repórter Silvio Barsetti que, além do mais, revela no texto sua capacidade para fino humor, nem sempre bem entendido.

Como diz Barsetti, é como chegar no saguão de um prédio e encontrar o aviso: "É vetado ao condômino a prática do homicídio nas dependências do edifício".

Comentário para o Jornal da CBN desta terça-feira, 23 de fevereiro de 2016, que você ouve aqui.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/