Três gols dão o tri ao River
O que se viu no frenético Monumental de Nuñez durante os primeiros 43 minutos da decisão da Libertadores entre River Plate e Tigres?
Pouco, pouquíssimo futebol, invariavelmente apresentado pelo time mexicano, e muita, muita violência, tanta que em meia hora houve cinco cartões amarelos, curiosamente apenas um para os argentinos.
Possibilidade de gol só duas vezes, mas Rafael Sóbis matou mal a bola na primeira e o francês Gignac bobeou na segunda.
Aquino, o mexicano que infernizou o Inter, inexistia, desaparecido em Buenos Aires.
Aí, aos 44, Leonel Vangione deu uma caneta nas imediações da intermediária e cruzou na cabeça de Alario que fez 1 a 0, num belíssimo gol, desses destinados a fazer parte da história de um clube. O River estava na frente.
Como é sabido, um gol nessa altura de um jogo tem o dom de desnortear quem o recebe e muda completamente os planos de um treinador com discurso já pronto para o intervalo.
O que era um empate até cômodo para os visitantes passa a ser a derrota que precisa ser contornada.
Chovia tudo que pode chover e o River voltou para o segundo tempo ainda mais com a faca entre os dentes.
O tricampeonato não era um sonho, era uma imposição.
Em 10 minutos, mais dois cartões amarelos, ambos para o River.
Aos 22 minutos, Aquino cabeceou o empate por cima do gol. Indesculpável.
Aos 27, Carlos Sanchez foi derrubado na área e fez o 2 a 0 ao bater o pênalti que confirmou o tri, o 24º título argentino, sete a mais que o futebol brasileiro, e manteve o mexicano virgem de Libertadores em sua terceira decisão, para sorte da taça que terá seu campeão no Mundial de Clubes.
Menos técnico que o Tigres, o River ganhou o título porque teve mais coração e ainda fez 3 a 0 entre as canetas do goleiro Gusmán, em cabeçada de Funes Mori.
Conquista indiscutível.
Se você comparar a decisão da Libertadores com a da Liga dos Campeões, entre Barcelona e Juventus, a diferença técnica é abissal.
Assim como o comportamento da torcida, muito mais vibrante na Argentina.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/