Campo de Jogo, um filmaço
Entra em cartaz hoje em diversas salas pelo país afora, o filme "Campo de Jogo", de Eryk Rocha.
Em São Paulo, no Espaço Itaú de Cinema do Shopping Frei Caneca.
Não é exatamente um filme, ou melhor, é mais que um filme, é uma poesia sobre futebol.
Retrata com imagens pouco vistas nas telas o campeonato de favelas do Rio de Janeiro.
Esqueça o discurso de que é um filme sobre o verdadeiro futebol. Mas saiba que ao vê-lo você não apenas entenderá por que o futebol desperta tanta paixão. Mais: você sentirá por quê.
Rocha, 37 anos, filho de Glauber, é craque também.
Com poucas palavras e imagens deslumbrantes, põe o espectador dentro do campo de terra e o faz sentir o cheiro e o gosto do pó.
Transforma a sala escura em arquibancada e faz você torcer pelo Geração ou pelo Juventude, os times que disputam a final, nos pênaltis, para aumentar a dramaticidade.
Melhor: faz você torcer ora por um, ora por outro, até pelo juiz.
De quebra, dá um banho de Brasil, num campinho cercado por favelas, no bairro Sampaio, a poucos quilômetros do Maracanã onde, concomitantemente, se disputava a 20ª Copa do Mundo, megaevento proibido aos protagonistas do documentário, do drama, da epopeia que Rocha transforma em poema e homenagem às raízes da mestiçagem que, um dia, fez do nosso futebol o melhor do mundo.
"Impressionantemente filmado e maravilhosamente editado para capturar o ritmo do jogo", resumiu a "Variety", a mais que centenária revista americana sobre cinema.
Não precisa acreditar no que você lê aqui.
Veja com seus próprios olhos no cinema.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/