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Blog do Juca Kfouri

As federações estaduais e as jabuticabas

Juca Kfouri

03/04/2015 13h51

  

Dizem que a jabuticaba só existe no Brasil.

Mas há controvérsias, pois há quem garanta sua existência na Argentina e no México, por exemplo.

Federações estaduais de futebol, não.

Por mais polêmica que causem, são coisas nossas, exclusivamente nossas.

E sem o menor sentido.

O debate havido ontem no "Bate-Bola" da ESPN Brasil, com a participação do incrível Rubinho da FERJ, foi mais uma prova disso e, por mentira que possa parecer, deu até saudades de seu antecessor, o não menos incrível Caixa D'Água, que, ao menos, não assassinava o português e falseava a verdade com mais competência.

Rubinho chegou a dizer que as Ligas europeias são, por analogia, o equivalente às federações estaduais brasileiras.

Mas não são mesmo!

Primeiramente porque são NACIONAIS.

Segundamente porque nasceram para organizar os campeonatos de países como a Alemanha, Inglaterra, Espanha, Itália etc.

E em oposição às CBFs de seus países, que ficaram restritas a cuidar das seleções.

A FIFA a tudo viu e consentiu, o que desmente o terrorismo.

Ou alguém acha que ela ficará com o Macaé e com o Frederiquense contra as duplas Fla-Flu e Gre-Nal?

As federações estaduais surgiram no Brasil quando o país ainda não estava integrado em sua dimensão continental, situação há décadas já superada.

E de meios que eram viraram fins em si mesmas, vampirizando os clubes de massas, subservientes, é verdade, incapazes de fazer valer sua força, porque cúmplices da geléia geral que assola nosso futebol.

É contra tal estado de coisas que se insurge a dupla Fla-Flu, mesmo que tardiamente — e bote tardiamente nisso.

Rubinho é uma figura tão pré-histórica como as federações, como se ainda vivêssemos os tempos das capitanias hereditárias.

Toda força à dupla Fla-Flu, que nos desculpem o Nova Iguaçu e o Boavista.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/