As federações estaduais e as jabuticabas
Dizem que a jabuticaba só existe no Brasil.
Mas há controvérsias, pois há quem garanta sua existência na Argentina e no México, por exemplo.
Federações estaduais de futebol, não.
Por mais polêmica que causem, são coisas nossas, exclusivamente nossas.
E sem o menor sentido.
O debate havido ontem no "Bate-Bola" da ESPN Brasil, com a participação do incrível Rubinho da FERJ, foi mais uma prova disso e, por mentira que possa parecer, deu até saudades de seu antecessor, o não menos incrível Caixa D'Água, que, ao menos, não assassinava o português e falseava a verdade com mais competência.
Rubinho chegou a dizer que as Ligas europeias são, por analogia, o equivalente às federações estaduais brasileiras.
Mas não são mesmo!
Primeiramente porque são NACIONAIS.
Segundamente porque nasceram para organizar os campeonatos de países como a Alemanha, Inglaterra, Espanha, Itália etc.
E em oposição às CBFs de seus países, que ficaram restritas a cuidar das seleções.
A FIFA a tudo viu e consentiu, o que desmente o terrorismo.
Ou alguém acha que ela ficará com o Macaé e com o Frederiquense contra as duplas Fla-Flu e Gre-Nal?
As federações estaduais surgiram no Brasil quando o país ainda não estava integrado em sua dimensão continental, situação há décadas já superada.
E de meios que eram viraram fins em si mesmas, vampirizando os clubes de massas, subservientes, é verdade, incapazes de fazer valer sua força, porque cúmplices da geléia geral que assola nosso futebol.
É contra tal estado de coisas que se insurge a dupla Fla-Flu, mesmo que tardiamente — e bote tardiamente nisso.
Rubinho é uma figura tão pré-histórica como as federações, como se ainda vivêssemos os tempos das capitanias hereditárias.
Toda força à dupla Fla-Flu, que nos desculpem o Nova Iguaçu e o Boavista.
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