Quem saberá jogar o novo jogo no Brasil?
Esqueça que vestir a camisa da CBF e ser contra a corrupção é uma contradição em si mesma.
Perceba que nenhum líder da oposição teve coragem de ir às ruas porque provavelmente seria hostilizado e tratado como oportunista.
Porque há uma constatação óbvia: as manifestações contra o governo foram bem-sucedidas pelo país afora e, principalmente, em São Paulo, onde a Avenida Paulista virou um mar verde e amarelo.
O PT colhe o que plantou ao se transformar de esperança de ética na política, quando foi fundado, no ABC paulista, em sinônimo de corrupção, nódoa da qual dificilmente se livrará, mesmo que pouquíssimos partidos brasileiros estejam livres dela.
Sim, São Paulo já tinha se mostrado contra a reeleição da presidenta Dilma Rousseff em outubro passado, daí não ser 100% surpreendente um milhão de pessoas, segundo a PM do governo tucano, ou 210 mil, segundo o Datafolha, fossem ao protesto de hoje só na capital, que já elegeu três prefeitos petistas, na última eleição municipal, inclusive.
A surdez que vem se manifestando desde as "Jornadas de Junho" de 2013, pela classe política, e pelo governo federal, quando pouco se fez diante das reivindicações populares, conduziu ao sentimento de insastisfação generalizada, agravado pelas promessas não cumpridas e pelo estelionato eleitoral do último pleito, não apenas no plano federal, diga-se, porque também para reeleger, por exemplo, o governador paulista.
Neste domingo um novo jogo passou a ser jogado no Brasil.
A tática de avestruz, a exemplo da adotada pela CBF depois do 7 a 1, só agravará a situação.
Trocar Felipão por Dunga não muda nada estruturalmente.
Mais uma vez ficou claro que há uma gravíssima crise de representatividade no Brasil.
Quem souber responder ao fenômeno vencerá o embate pelo futuro do país.
SEMPRE HÁ ESPAÇO PARA O BOM HUMOR
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