Grande Dalmo! (1932-2015)
Santos e Milan, no Maracanã com 121 mil torcedores, decidiam a Copa Intercontinental de Clubes de 1963, para nós, brasileiros, o Mundial de Clubes.
Jogava-se a chamada "negra", o jogo desempate depois da vitória italiana por 4 a 2, com Pelé e tudo, em Milão, e da virada brasileira, no Maracanã sob vendaval, também por 4 a 2, sem Pelé, machucado, numa das mais épicas disputas já vistas em gramados brasileiros.
Em 21 minutos no segundo tempo o Santos transformou o 0 a 2 em 4 a 2, com dois gols de Pepe, aos 5 e aos 21, de Mengálvio, aos 9 e de Lima, o da virada, aos 19.
O terceiro jogo, num sábado, não poderia mesmo repetir o da quarta-feira.
Até que o extraordinário zagueiro Maldini cometeu pênalti no heroico Almir, o Pernambuquinho.
Aos 31 minutos do primeiro tempo quem se preparou para bater não foi nenhuma das nove estrelas santistas em campo.
Nem Mauro Ramos de Oliveira, nem Haroldo, nem Lima ou Mengálvio, Dorval, Coutinho, Almir ou Pepe, todos de seleções brasileiras.
Só nas laterais, Ismael na direita, e Dalmo, na esquerda, o maravilhoso time da Vila mais famosa do mundo, não tinha naquela noite craques de primeira grandeza.
Eram dois bons coadjuvantes, mas coadjuvantes, num futebol brasileiro que tinha Djalma Santos e Nilton Santos como donos absolutos das posições.
Pois foi Dalmo, o batedor oficial na ausência do Rei, quem teve a missão de bater o pênalti que se converteu no gol do bicampeonato mundial de clubes.
Dalmo, por sinal, sempre sustentou que foi o primeiro a bater pênaltis com paradinha, embora o expediente seja atribuído a Pelé.
Dalmo Gaspar morreu hoje, aos 82 anos.
E jamais sairá da história.
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