São Paulo de joelhos

A maratona a que o São Paulo vem sendo submetido é desumana, inqualificável, absurda e fruto da desunião e subserviência dos clubes do futebol brasileiro.

Nos últimos dias você se acostumou a ouvir que o Tricolor jogou sete vezes em 21 dias. É verdade.

Mas é muito pior.

Na verdade, o São Paulo jogou, ente 10 de agosto e 5 de novembro, 26 vezes, média de um jogo a cada 3,2 dias.

E jogará mais sete vezes entre o próximo dia 9 até 30 de novembro.

Nada menos que 33 jogos em 110 dias, um jogo a 3,3 dias.

Dá-se aqui o São Paulo como exemplo apenas porque o time disputa um torneio internacional e é obrigado a longas viagens para fora do país.

Em regra, todos os demais times que disputam ou disputaram dois torneios concomitantemente estão nesta situação.

Como exigir bons espetáculos?

Mais: como exigir vitórias?

O Tricolor simplesmente morreu ontem no segundo tempo em Guaiaquil.

Tomou dois gols, duas bolas na trave e viu Rogério Ceni fazer defesas impossíveis, além de uma oportunidade bisonhamente desperdiçada por um adversário.

O São Paulo tem jogo marcado para este domingo em Salvador, contra o Vitória, na quarta-feira em Medellin, contra o Atlético Nacional, e no outro domingo, diante do Palmeiras, em São Paulo.

O que se pode querer que os atletas façam?

Fosse com gatos e a Associação Protetora dos Animais protestaria.

Até quando?

Em tempo: a última vez em que o São Paulo teve uma semana para treinar foi entre os dias 2 e 10 de agosto.

A próxima será entre 30 de novembro e 7 de dezembro, derradeira rodada do Brasileirão.

E isto se não passar pelas semifinais da Copa Sul-Americana porque, chegando às finais, jogará nos dias 3 e 10 de dezembro…

Quem aguenta?

ATUALIZAÇÃO ÀS 17h49: Como informa o UOL Esporte, com exclusividade, o São Paulo, por razões logísticas, conseguiu adiar o jogo na Colômbia para o dia 19. Assim, no dia 12, enfrentará o Inter pelo Campeonato Brasileiro.