Casa nova, velhos hábitos
O Palmeiras inaugura hoje para valer a sua nova casa.
Belíssima, muito bem localizada, um brinco.
Que só foi possível porque um velho palmeirense, capaz de ter entregue sua saúde ao clube que seu pai amou e o fez amar, Luiz Gonzaga Belluzzo, também chamado justamente de "pai da arena", fez de tudo e mais um pouco para viabilizá-la, por mais que ele mesmo não aceite o apelido.
No entanto, porque a casa pode ser nova, mas seus moradores são os de sempre neste mundo interesseiro e medíocre do futebol, Belluzzo nem irá ao jogo desta noite, vital, entre Palmeiras e Sport, cansado exatamente da falta de nobreza, generosidade e escrúpulos da liça política no clube.
Porque se a paixão pelo futebol é capaz de produzir monumentos como a nova arena alviverde, esta própria paixão revela também o que de mais sombrio a vaidade humana e a sede pelo poder podem ensejar.
Festas à parte, o Palmeiras tem de vencer e quem for ao novo estádio deve ir com espírito de empurrar o time para longe da zona da degola.
Esta não será uma noite para ser "palmeirense com muito orgulho e muito amor", mas a do "temos de ganhar".
Não será jogo para os baladeiros, mas para os arquibaldos e geraldinos.
Verdadeiros esmeraldinos!
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/