Gestão temerária: empréstimo de Nobre deveria servir para compensar prejuízo.
POR WÁLTER FANGANIELLO MAIEROVITCH"
Gestão temerária, infelizmente, é apenas crime contra o Sistema Financeiro Nacional.
Não se aplica, no âmbito criminal, aos presidentes de clubes de futebol em suas atividades desastrosas de contratar sem emprego de recursos públicos,
Por exemplo, e conceitualmente, caracteriza gestão temerária contratar os Brunoros, levar o clube à segunda divisão, ocupar a lantena, enganar a torcida, contratar jogadores de nível inferior ao exigido pela tradição centenária e gloriosa de um Palestra-Palmeiras, etc, etc.
Só para deixar claro sobre definição de gestão temerária. Alertam os doutrinadores: "a gestão temerária é a conduta que se caracteriza pela prática impetuosa, imponderada, irresponsável ou afoita".
Fora do âmbito criminal (no processo penal é sempre difícil a caracterização da intenção dolosa), mas no campo civil, há uma pergunta, e seguro firme a lanterna ao fazê-la: o presidente afoito, incompetente, imprudente, teria direito a obter restituição de dinheiro colocado no clube para tocar a sua calamitosa gestão?
Trocando em miúdos, o Palmeiras deveria realizar compensações pelos prejuízos decorrentes de uma gestão desastrosa de Paulo Nobre ou deveria restituir o "empréstimo" feito pelo presidente Nobre?
Minha resposta é sim, deveria compensar.E é não, não deve restituir.
Passou da hora de se responsabilizar, por perdas e danos, dirigentes afoitos, imprudentes, incapazes, inconsequentes.
*Wálter Fanganiello Maierovitch, 67, é desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo e professor visitante da universidade de Georgetown, Não é sócio da Sociedade Esportiva Palmeiras, apenas torcedor e desde 1947.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/