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Blog do Juca Kfouri

Gestão temerária: empréstimo de Nobre deveria servir para compensar prejuízo.

Juca Kfouri

22/09/2014 17h00

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POR WÁLTER FANGANIELLO MAIEROVITCH"

Gestão temerária, infelizmente, é apenas crime contra o Sistema Financeiro Nacional.

Não se aplica, no âmbito criminal, aos presidentes de clubes de futebol em suas atividades desastrosas de contratar sem emprego de recursos públicos,

Por exemplo, e conceitualmente, caracteriza gestão temerária contratar os Brunoros, levar o clube à segunda divisão, ocupar a lantena, enganar a torcida, contratar jogadores de nível inferior ao exigido pela tradição centenária e gloriosa de um Palestra-Palmeiras, etc, etc.

Só para deixar claro sobre definição de gestão temerária. Alertam os doutrinadores: "a gestão temerária é a conduta que se caracteriza pela prática impetuosa, imponderada, irresponsável ou afoita".

Fora do âmbito criminal (no processo penal é sempre difícil a caracterização da intenção dolosa), mas no campo civil, há uma pergunta, e seguro firme a lanterna ao fazê-la: o presidente afoito, incompetente, imprudente, teria direito a obter restituição de dinheiro colocado no clube para tocar a sua calamitosa gestão?

Trocando em miúdos, o Palmeiras deveria realizar compensações pelos prejuízos decorrentes de uma gestão desastrosa de Paulo Nobre ou deveria restituir o "empréstimo" feito pelo presidente Nobre?

Minha resposta é sim, deveria compensar.E é não, não deve restituir.

Passou da hora de se responsabilizar, por perdas e danos, dirigentes afoitos, imprudentes, incapazes, inconsequentes.

*Wálter Fanganiello Maierovitch, 67, é desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo e professor visitante da universidade de Georgetown, Não é sócio da Sociedade Esportiva Palmeiras, apenas torcedor e desde 1947.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/