Eduardo Campos (1965-2014)
Conheci Eduardo Campos durante a CPI da CBF na Câmara dos Deputados, em 2000.
Ele foi um dos mais atuantes e competentes membros daquela CPI, firme e eficaz em suas participações.
Estabelecemos ótimas relações, até por eu ser um admirador de seu avô, Miguel Arraes.
O reecontrei, com meus amigos José Paulo Cavalcanti Filho e Bob Fernandes, em janeiro de 2008, numa noite festiva na praia do Touquinho, perto do Recife.
Representante da nova política brasileira, Campos naquela noite contou como tinha sido sua negociação, meses antes, para fazer do Recife uma das sedes da Copa do Mundo.
Num encontro no Recife, no Palácio das Princesas, com o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que ele investigou na CPI e, portanto, sabia bem quem era, o ex-governador pernambucano foi claro: "Ricardo, nós não nos gostamos, mas Pernambuco tem de ficar acima disso."
O próprio Teixeira dizia em seu círculo que de Campos não esperava nenhum ato desleal, porque o relacionamento obrigatório entre ambos era explícito.
Este é, entre outras características pessoais admiráveis, o novo político que o Brasil acaba de perder.
Uma tragédia.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/