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Blog do Juca Kfouri

Fla vence a pelada do Maracanã: show de horrores

Juca Kfouri

27/07/2014 18h56

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Lédio Carmona é um dos comentaristas de que mais gosto e respeito, razão pela qual ele entenderá perfeitamente o que vem a seguir e, espero, você também.

Flamengo e Botafogo jogavam havia 10 minutos no Maracanã (43 mil pagantes) e ele comentou, no Sportv, repleto de razão, como fotografia do que acontecia, que o jogo estava longe de ser um primor técnico, que eram inúmeros os erros de passes, "mas" que o clássico, e é contra este "mas" que me insurgirei, estava impressionantemente intenso, com os dois times se doando, marcando implacavelmente.

E por que me insurjo contra o "mas"?

Porque já cansei de fazer o mesmo.

E cansei de fazê-lo.

Porque parece uma compensação para tornar jogos ruins em jogos aceitáveis.

O mesmo poderia ter sido dito dos primeiros 40 minutos do dérbi paulistano, que terminara minutos antes.

Verdade que, ao menos, no clássico carioca, com 26 minutos de jogo, o Botafogo já havia criado duas chances de gol, coisa que, no paulistano, só aconteceu depois do 41.o minuto e que, aos 33, Alecsandro abriu o placar para o Mengo.

Só que o resultado desses nossos "mas" é a complacência que redunda em…7 a 1.

Por mais chatos que sejamos ou pareçamos ser, basta de passar a mão na cabeça de cabeças de bagres, estejam em campo ou estejam no banco.

Temos o direito de ver jogos com a qualidade que vimos na Copa do Mundo, sem contemplação.

Doação em campo é obrigação, dar bons espetáculos é para quem pode e se quem estiver em campo não puder dá-los, que fique fora de campo.

Quando o primeiro tempo terminou, com o Flamengo na frente, a sensação era a de que tinha acabado de ver uma renhida pelada, dessas que vemos na praia ou na várzea.

Claro, como a torcida do Corinthians, a do Flamengo cantava feliz da vida, mas nenhum dos times mostra futebol à altura dos estádios em que ambos jogam.

Quantos torcedores voltarão depois do que viram?

15 mil?

É a média do Brasileirão e é ridícula.

O segundo tempo não foi diferente, num desfile de ruindade em que poucos se salvaram.

Quando se olha para o Botafogo e lá está, de novo, Carlos Alberto, fica claro como existem adeptos do me engana que eu gosto.

Quando se vê um grupo, que ouviu seu presidente dizer que pensa em tirar o time de campo, entrar no Maracanã protestando contra salários atrasados, por mais que tenha se esforçado, e esforço não faltou, só pode dar no que deu: na segunda vitória rubro-negra em seu 12º jogo, o que ainda lhe garante a fuga da lanterna.

E olhe que aos 45, o zagueiro Marcelo entregou o ouro, mas a incompetência de Zeballos não aproveitou, num verdadeiro show de horrores.

No estádio corintiano, ao menos, teve mais um gol.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/