Deus não salvou a América
Os belgicanos, como os belgas eram chamados por um antigo e folclórico presidente da Federação Paulista de Futebol, João Mendonça Falcão, perderam pelo menos dois gols, os americanos criaram duas boas chances e o 0 a 0 também não saiu do placar da Fonte Nova no primeiro tempo do último jogo das oitavas.
No segundo tempo os europeus seguiram desperdiçando bolas incríveis e faziam crescer a expectativa mais antiga que o próprio futebol: quem não faz toma.
O goleiro estadunidense Howard não deixava passar nem pensamento e se aproveitava da afoiteza belga.
Os ianques buscavam encaixar um contra-ataque para atormentar ainda mais o domínio europeu e por duas vezes fizeram o goleiro Courtois trabalhar.
A Argentina torcia pela prorrogação de tão desgastada que ficou bater eliminar a Suíça.
Deu certo.
Sob intensa pressão, os americanos conseguiram levar o jogo para o tempo extra, mas não sem antes perder a bola do jogo aos 47.
Pronto! O quem não faz toma passava a valer também para os EUA.
E aos 2 minutos da prorrogação, os americanos tomaram, do ruivo belga De Bruyne.
Na quinta prorrogação em oito jogos das oitavas, em seguida, bisonhamente, os belgas desperdiçaram o segundo gol.
A bem da verdade, só a Colômbia passou sem sustos à quartas, embora diante da traumatizada Celeste sem Luisito Suárez.
No fim do primeiro tempo, Lukaku, que entrou já na prorrogação e começou a jogada do primeiro gol, fez o segundo, inepelável.
A Casa Branca enlutou.
Mas ainda faltavam 15 minutos.
E quando faltavam 13, Green, que acabara de entrar, diminuiu.
Por pouco ele mesmo, no minuto seguinte, não empatou.
O "Iuéssei" ecoava em Salvador, na esperança da salvação.
Só faltava convocar o general Custer e a Sétima Cavalaria, além de Batman e Robin, já que Robben é holandês.
Ao faltarem sete minutos, Courtois evitou o empate.
A Nasa seguia de plantão.
Mas não deu.
Os belgicanos prevaleceram.
Brasil x Colômbia, Alemanha x França, Holanda x Costa Rica e Argentina x Bélgica é o cardápio das quartas.
Quatro americanos e quatro europeus.
Nas semifinais, certamente, teremos um americano e um europeu.
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