Os gramados na marca do pênalti
A engenheira agrônoma Maristela Kuhn deve estar com as orelhas pegando fogo, ainda mais ela, uma descendente de alemães que, aos 47 anos, revela adorar gramados e detestar, além de carrinhos, chuteiras de travas altas em zagueiros botinudos que jogam mais sentados que em pé.
A engenheira foi contratada pelo COL para cuidar dos 12 gramados que servem a Copa do Mundo, todos já muito criticados pelos técnicos e jogadores das seleções estrangeiras ainda antes de começar a terceira rodada do torneio.
O técnico argentino da seleção chilena, Jorge Sampaoli, chegou a afirmar que "é uma vergonha se jogar uma partida de Copa do Mundo neste gramado" , referindo-se à Arena Corinthians.
O técnico da Bélgica, Marc Wilmots, não poupou o do Maracanã e aí por diante.
Um dirigente da Fifa chegou a afirmar, talvez com algum exagero, falta de memória ou de informação, que os gramados desta Copa "são os piores já entregues à Fifa", razão pela qual muitos deles têm sido poupados até mesmo do chamado "reconhecimento do gramado" pelas equipes.
Na África do Sul também houve muitas críticas aos gramados e os torcedores brasileiros um pouco mais velhos haverão de se lembrar do péssimo estado do gramado do estádio em Mar del Plata, na Copa de 1978, na Argentina.
Seja como for, é uma enorme pena que aconteça também por aqui, porque se havia um legado que poderia ficar para o dia a dia de nosso futebol era, exatamente, a exigência de tapetes perfeitos.
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