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Blog do Juca Kfouri

Hermanos sofrem e vencem no Mineirão

Juca Kfouri

21/06/2014 14h25

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Se a seleção argentina fosse a brasileira, no intervalo do jogo, no Mineirão, contra a iraniana, estaríamos fulos da vida, com a incapacidade do time em furar o bem postado sistema defensivo asiático.

E isso que o técnico Sabella escalou três atacantes e pôs o time de Messi para jogar ofensivamente.

Mas nem assim a Argentina conseguiu um mísero golzinho.

Porque se os jogos entre forças equivalentes terminaram em goleadas porque com os dois times jogando de igual para igual, ambos em busca da vitória, as coisas ficam mais fáceis.

Quando, ao contrário, um time sabe ser inferior ao rival, as coisas se complicam.

A Argentina, como o Brasil, é sempre respeitada e o Irã não fugiu à regra, disposto a marcar incansavelmente, talvez contaminado pelos ares do CT corintiano, onde está concentrado, sob a influência dos ares titescos e menezianos.

Diapasão mantido no segundo tempo quando, ainda por cima, os iranianos criaram a melhor oportunidade de gol, para o entusiasmo da aparente minoria da torcida, sufocada pelo cantar incessante dos hermanos que torcem bem melhor que nós, brasileiros.

Faltavam 30 minutos e o 0 a 0 insistia em machucar o amigos do tango, sem que Lionel Messi brilhasse como se desejava.

O que abria uma perspectiva melhor aos argentinos estava no fato de os iranianos terem perdido o respeito e passaram a acreditar que poderiam vencer, passando a pressionar e a criar ótimas chances, obrigando o goleiro Romero a fazer grandes defesas, melhores que as do iraniano.

Que coisa!

Se os argentinos até poderiam ter saído na frente no primeiro tempo, no segundo quem merecia o gol eram os iranianos.

A Argentina passou a ceder escanteios em cima de escanteios, sempre um risco de levar uma cabeça fatal.

O Mineirão era azul pela primeira vez sem estar pintado pela torcida do Cruzeiro e sofria pelo time concentrado no CT do Galo.

Di Maria era o nome do jogo platino, mas insuficiente para superar a seleção da antiga Pérsia.

a Argentina resolveu fazer duas trocas de uma vez só e Aguero e Higuaín saíram para as entradas de Lavezzi e Palacio, aos 32, uma troca, digamos assim, de 12 por uma dúzia.

Mas as mudanças surtiram efeito e jogando pelas laterais, a Argentina reequilibrou o jogo, embora tenha sofrido um contra-ataque, aos 41, que exigiu nova defesa difícil de seu goleiro.

Enquanto a Argentina gagueja, apenas Gago, de seus jogadores em campo, atua no país.

Mas, aí, já nos acréscimos, a estrela de Messi, e sua incrível categoria, tiraram o zero do marcador e deram a vitória por 1 a 0 que os argentinos não mereceram.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/